Equador retoma ativos de petrolífera norte-americana

O governo equatoriano anunciou o cancelamento do contrato com a Occidental Petroleum, empresa norte-americana que é a maior investidora estrangeira no país.

Quito cedeu às pressões populares, estimuladas pela recente nacionalização do setor energético da Bolívia. "Atendemos à demanda da Petroecuador (petrolífera estatal) e da população em geral e declaramos nulo o contrato", afirmou Ivan Rodriguez, ministro de Energia do país. De acordo com o jornal britânico Financial Times, Quito cedeu à pressão das parcelas mais pobres da população, formadas sobretudo pelos grupos indígenas, que reclamam a expulsão da Occidental, a reforma do setor energético e o uso da renda gerada pelo petróleo para atenuar a situação das regiões mais carentes do país, como a amazônica.

 

 

Outro motivo seria apoiar a petrolífera estatal. Entre 2001 e 2005, a produção de óleo cru do país cresceu 31%, mas a fatia de mercado da Petroecuador recuou de 56% para 38%. Embora o Equador tenha retomado os ativos da empresa norte-americana, o governo apressou-se em afirmar que não pretende seguir o caminho da Venezuela e da Bolívia e nacionalizar totalmente a indústria petrolífera. Além da Occidental, outras companhias que possuem uma presença importante no país são a Chinese National Petroleum Coporation, a espanhola Repsol – atingida pela nacionalização boliviana – e a italiana Agip.

 

 

A Occidental é a maior empresa petrolífera do Equador. Seus investimentos somam 900 milhões de dólares e sua produção representa 14% dos 538 000 barris diários que o país extrai. Em nota, a Occidental informou que o Equador representa cerca de 7% da produção total da companhia, além de 3% de suas reservas comprovadas. Apesar do impacto sobre os negócios, a empresa afirma que ainda confia em um "acordo amigável" com o governo. Segundo o Financial Times, a medida também abalará as relações entre Quito e Washington. Mais da metade das exportações de petróleo do Equador vão para os Estados Unidos.

 

 

 

Com agências