Ministro condena invasão do Congresso e rebate Alckmin

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, condenou a invasão do Congresso por militantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) dizendo que a atitude não ajuda em nada a reforma agrária e rebateu as crít


O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, condenou a invasão do Congresso por militantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) dizendo que a atitude não ajuda em nada a reforma agrária e rebateu as críticas da oposição, notadamente do pré-candidato do PSDB a presidente da República, Geraldo Alckmin, que acusou o governo de tolerar grupos que agem à margem da lei.

– O que ocorreu é incompreensível, injustificável e não ajuda em nada a reforma agrária, mas a utilização desse episódio para fim eleitoreiro é tão reprovável quanto o que aconteceu no Congresso – disse Cassel.

O ministro classificou de "confusa" a pauta de reivindicações do MLST e afirmou que não havia nenhum pedido de audiência por parte de líderes do movimento com o governo. Cassel disse que foi surpreendido com a notícia da invasão do Congresso, pois desconhecia que o MLST planejava fazer qualquer tipo de manifestação na cidade.

O ministro afirmou que ainda há muito a ser feito em termos de reforma agrária no Brasil, mas defendeu a ação do governo Lula, dizendo que nunca a reforma agrária avançou tanto no país. Segundo ele, nos primeiros três anos de governo Lula foram assentadas 245 mil famílias e 23 milhões de hectares foram destinados à reforma agrária. De acordo com o ministro, porém, o Brasil é um dos países com maior concentração fundiária do planeta e ainda vai levar alguns anos para que haja uma redução dos conflitos agrários. Cassel disse que a meta de assentar 400 mil famílias em quatro anos será cumprida até dezembro.

– Nunca na História deste país a reforma agrária andou com tanta rapidez – disse.

Cassel disse ter ficado sabendo hoje que entre as reivindicações do MLST estão a aprovação de uma proposta de emenda constitucional (PEC) que tramita há treze anos no Congresso para desapropriar, para fins de reforma agrária, terras onde haja trabalho escravo e uma ação policial mais firme no Nordeste contra ações do crime organizado em defesa dos trabalhadores rurais. Cassel disse que nos três anos do governo Lula foram libertados 12 mil trabalhadores que viviam em condições análogas à escravidão e que o governo apóia a aprovação da PEC. Disse ainda que a Polícia Federal está combatendo o crime organizado no Nordeste.

Fonte: Globo Online