Evo Morales: deixaremos de ser “um país mendigo”

O presidente Evo Morales lançou na noite de ontem (8) três programas de emprego: Luta contra a Pobreza e Apoio Solidário (Propaís), Plano Intensivo de Emprego (PIE) em El Alto e o Plano Nacional de Emprego (Plane). Evo

Na cerimônia, que aconteceu no Palácio do Governo, Evo agradeceu a cooperação internacional para a reposição do Plane, a criação do Propaís e o PIE, e assegurou que o dinheiro da cooperação será bem investido. O Propaís permitirá a criação de 100 mil empregos com financiamento de 21 milhões de dólares. Também estavam presentes o vice-presidente da República, Álvaro García Linera, ministros de Estado, embaixadores de países amigos, parlamentares e beneficiários do Plane.

 

Evo confessou que lhe era doloroso pedir à comunidade internacional os recursos econômicos, não somente para criar fonte de trabalho, senão também para o investimento nas áreas sociais, em estradas e na estrutura fluvial. Ele reconheceu que o apoio dos organismos internacionais que forneceram crédito de 21 milhões de dólares para este ano. 

“Por isso sinto que estamos dando passos importantes para mudar esta má história, uma história onde lamentavelmente se aprofundaram as diferenças econômicas de um grupo, de um punhado de famílias que vivem melhor, e outros que não têm direito nem sequer a viver bem. Esta é a grave situação que estamos passando”, disse o presidente.

 

Evo afirmou estar muito fortalecido com o diálogo permanente com muitos setores de trabalhadores, empresários, banqueiros, indígenas e camponeses, e destacou que seu governo garantirá medianamente estabilidade social e econômica. Disse que é uma realidade que como apenas com um governo transparente e honesto vão aumentando os recursos econômicos do Estado.

 

Ele disse que antes se escutava a população dizer “para que vou pagar impostos, se meus impostos vão ser roubados?”, porque havia uma corrupção exagerada e institucionalizada no país. “Aqui se trata de servir ao povo, de aportar nossa parte por uma gestão para o povo. E aqui não viemos roubar, nem enriquecer”, enfatizou. O presidente garantiu que se cada um dos bolivianos cumprir com seu dever de pagar impostos, esses recursos do povo serão bem administrados “e esse dinheiro não vai ser para roubar nem para malversar”.

 

Para Evo, como presidente, ele tem a obrigação de industrializar o gás natural e outros recursos naturais, como o ferro de Mutún, e ponderou que os acordos assinados em menos de cinco meses de gestão do governo. Não obstante, pediu paciência e confiança da população porque estes empreendimentos ao menos irão demorar dois anos para que o país comece a colher o que atualmente seu governo está semeando.

 

Emprego

 

Evo lembrou que o desemprego foi alimentado nos últimos 21 anos, pela vigência de um sistema econômico excludente e que hoje falar de desempregados é falar das vítimas do modelo neoliberal que enriqueceu alguns e empobreceu a uma imensa maioria de bolivianos. Nesse contexto, o presidente indicou que quando assumiu a Presidência da República encontrou com um Estado que não tinha recursos para atender as necessidades das mais humildes, dos marginalizados.

 

“Era muito difícil como e onde conseguir recursos econômicos para continuar com os programas que criam fontes de trabalho”, disse Evo. Segundo ele, seu governo vai fazer de tudo para que a Bolívia deixe de ser um país mendigo “sob a liderança de um governo popular e o esforço de todo um povo”.

 

O ministro da Planificação do Desenvolvimento, Carlos Villegas, explicou que os três programas estão orientados a combater o desemprego. O Propaís é financiado por um crédito do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) por 21 milhões de dólares e permitirá que em todo o país sejam implementados 1.774 projetos de desenvolvimento.

 

Villegas afirmou que o Plane que funcionará simultaneamente com o Propaís se iniciará com um milhão de dólares, uma vez que o Congresso Nacional aprovou a lei que lhe instrui ao Fundo Nacional de Desenvolvimento (FNDR) conceder essa quantidade de recursos. Ele explicou que o Plane está desenhado inicialmente para três meses e serão pagos 500 bolivianos e não 480 como antes recebiam os trabalhadores. Ele afirmou permitirá o planejamento de 280 projetos. Ele afirmou que o Programa Intensivo de Emprego (PIE) se concentrará fundamentalmente na cidade de El Alto com um investimento de 400 mil dólares.

Da Redação
Com informações da Agência Boliviana de Informações (ABI)