Guantânamo: família nega suicídio do filho

A família de um iemenita que, segundo o governo dos EUA, se suicidou na prisão de Guantânamo negou que isso tenha ocorrido, alegando que a morte se deveu a homicídio. "Essa idéia de suicídio é mentira. Meu filho

"Ele foi assassinado por soldados norte-americanos, e peço aos governos iemenita e norte-americano (que promovam) uma investigação internacional", denunciou o pai à TV Al Jazeera. Os militares estadunidenses identificaram o preso como Ali Abdullah Ahmed, mas a Al Jazeera identificou o pai por esse nome e o filho como sendo Salah Ali.


Segundo os militares, dois sauditas e um iemenita teriam se enforcado com roupas e lençóis nas suas celas. Foram os primeiros prisioneiros mortos que se tem notícia na base ilegal dos EUA em Cuba desde que suspeitos de ligação com a Al Qaeda e o Talibã começaram a ser levados para lá em 2002. Muitas entidades de direitos humanos, alguns governos e até organismos com o Parlamento Europeu defendem o fechamento da prisão, onde existem inúmeras denúncias de abusos e torturas. Quase todos os presos que estão lá não foram acusados formalmente nem recebem visitas. Parte já está detida há mais de três anos.


Já houve tentativas de suicídio anteriores entre os cerca de 460 presos de Guantânamo. O ministério saudita do Interior identificou os seus cidadãos mortos como Manei Al Otaibi e Yasser Al Zahrani mas não deu detalhes sobre eles. Documentos do Pentágono mostram que Zahrani tinha 21 anos, o que significa que chegou ao centro de detenção ainda adolescente.


Autoridades dos EUA descreveram os três como "perigosos combatentes inimigos". Legistas norte-americanos concluíram as autopsias dos presos, disse um porta-voz militar na segunda-feira. Depois que os resultados foram analisados, um relatório será enviado ao Instituto Médico Legal, que vai determinar a causa oficial das mortes, segundo o comandante naval Robert Durand, porta-voz da prisão.


Os corpos ainda estão no necrotério de Guantânamo e o Departamento de Estado discute com os governos saudita e iemenita se os cadáveres serão repatriados ou enterrados na própria base. Abdullah disse à Al Jazeera que espera que o corpo do filho seja levado ao seu país e que haja uma nova autopsia.


Da Redação
Com agências.