Evo Morales anuncia plano econômico contra pobreza

O governo do presidente Evo Morales apresentou na noite da sexta-feira o Plano Nacional de Desenvolvimento, cujo objetivo é desmontar o neoliberalismo e o colonialismo vigente há 500 anos na Bolívia. Em um ato oficial na noite da sexta-feira,

Villegas afirmou que o objetivo de longo prazo é erradicar a pobreza, todas as formas de exclusão, marginalização e exploração. Para isso, o objetivo é reduzir a pobreza extrema de 35% a 27% no primeiro qüinqüênio e criar 90 mil empregos a cada ano. Segundo os dados oficiais, 67,3% dos bolivianos são pobres, e 6,01% estão desempregados.

O plano do governo boliviano dá papel fundamental à participação estatal na economia, estabelece indígenas e camponeses como principais beneficiários da administração e pede respeito dos demais países e dos investidores estrangeiros.

O plano qüinqüenal exigirá um investimento total de US$ 12,7 bilhões, divididos entre investimentos públicos e privados. Para começar, o governo dispõe de US$ 300 milhões.

Na questão econômica, o plano aposta na presença estatal nos setores de hidrocarbonetos, terras, mineração, eletricidade e florestas, assim como na geração de emprego, com incentivos à indústria e a obras de infra-estrutura.

A execução desse plano começou com a nacionalização dos hidrocarbonetos no dia 1º de maio. O que implicou o aumento dos impostos às empresas petrolíferas de 50% a 82%. A política de reforma agrária vai desapropriar as propriedades improdutivas, enquanto que a política para mineração pretende recuperar as concessões nas quais não houve investimentos.

O plano de desenvolvimento tem, além disso, um forte componente social, que busca prover todos os serviços de saúde, saneamento, comunicações, educação e habitação aos cidadãos bolivianos que até agora não têm acesso a eles.

Em matéria de política exterior, a equipe de Morales se propõe a desenhar uma doutrina que permita a presença dos povos indígenas no exterior. O eixo desta doutrina, segundo Villegas, é “a solidariedade e a complementariedade” e será com base nesse pensamento que se negociarão os acordos comerciais com outros países, respeitando a soberania da Bolívia.

Com agências internacionais