Termina rebelião no interior de São Paulo

Terminou na manhã deste domingo a rebelião na cadeia pública de São Carlos (231 km a noroeste de São Paulo), que começou neste sábado (17). Um carcereiro que era mantido como refém foi solto e, segundo informa&cce

Desde sexta-feira (16), oito unidades prisionais do Estado registraram motins.  Segundo informou a Polícia Civil, o prédio foi parcialmente destruído. O local, com capacidade para 60 presos, abriga 224 atualmente.

Funcionários da cadeia não souberam dar detalhes sobre as reivindicações dos presos de São Carlos, mas disseram que a situação no local já está tranqüila.

Outros motins iniciados no sistema penitenciário no sábado (17) acabaram no começo da noite. Eles ocorreram, simultaneamente, nos CDPs (Centros de Detenção Provisória) de Parelheiros, de Suzano e de São Bernardo do Campo e na penitenciária 1 de Franco da Rocha.

Os presos de São Bernardo foram os últimos a ceder às negociações. Tropas da PM (Polícia Militar) chegaram a cercar as unidades, mas não as invadiram. Não há confirmação sobre as reivindicações dos presos.

Na sexta (16) houve três rebeliões no interior do Estado, nas penitenciárias de Araraquara, Itirapina e Mirandópolis. Em Itirapina (213 km a noroeste de São Paulo), um preso foi morto por rivais, e os amotinados atearam fogo em colchões e derrubaram diversas portas.

Foram os primeiros motins ocorridos desde que o ex-PM e procurador de Justiça Antonio Ferreira Pinto assumiu o cargo de secretário estadual da Administração Penitenciária.

Trata-se também da primeira onda de ocorrências envolvendo presos de São Paulo desde a série de rebeliões e de ataques contra forças de segurança promovida a mando do PCC (Primeiro Comando da Capital) em diversas cidades do Estado.

Também neste sábado, ao menos 500 internos de seis unidades do complexo da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor) no Tatuapé (zona leste de São Paulo) participam de uma rebelião. O tumulto durou cerca de quatro horas e deixou 14 feridos — cinco internos e nove funcionários.

O coordenador regional do Sifuspesp (Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo), Alcides Carlos da Silva Júnior, disse na sexta-feira (16) que a rebelião promovida pelos detentos de Itirapina foi encabeçada por integrantes do PCC.

No último mês de maio, o PCC promoveu uma onda de motins que atingiu mais de 80 unidades do Estado — incluindo a prisão de Itirapina — e uma série de ataques contra forças de segurança. Os crimes culminaram na queda do então secretário estadual de Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa.

De acordo com Silva Júnior, os presos ligados ao PCC estão descontentes com o rigor do regime de prisão a que é submetido o líder da facção, Marcos Camacho, o Marcola, na penitenciária de Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo).

Com informações da Folha On