Bush é pressionado e diz que ''gostaria de fechar Guantânamo''

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, atualmente em visita a Viena, na Áustria, disse hoje que "gostaria de fechar a prisão de Guantânamo", respondendo à pressão da União Européia, que se

Acossado por uma manifestação de mais de dez mil estudantes no fim da tarde de quarta-feira, o líder da Casa Branca fez a afirmação durante a cúpula União Européia – Estados Unidos, realizada em Viena com líderes dos países da União Européia. Além da questão de Guantânamo, Bush também se viu pressionado em relação aos vôos ilegais da CIA sobre países europeus, denunciados nos últimos meses por organizações não governamentais.

Os vôos patrocinados pela CIA transportavam supostos "terroristas" para prisões clandestinas em países da Europa Oriental, como Polônia e Romênia. Há denúncias de transporte de prisioneiros de forma ilegal para países nos quais eles seriam procurados, como a Síria e a Jordânia. Em outro episódio que provocou polêmica e estremecimento entre as relações do então governo direitista da Itália, de Silvio Berlusconi, com os EUA, um imã egípcio foi raptado por agentes da CIA, em Milão, provocando uma crise diplomática entre os dois países. A justiça italiana procura meios de extraditar e processar os 13 agentes da CIA que participaram do seqüestro.

Embora o assunto tenha dominado a imprensa européia durante a quarta-feira, nenhum dos governantes fez qualquer referência aos vôos ilegais da CIA, reforçando a tese de alguns analistas, como Thierry Meissan, do Rede Voltaire, de que os Estados europeus estão trabalhando em conjunto com os Estados Unidos no transporte ilegal de pessoas em seus espaços aéreos.
Bush viajou para a Europa acompanhado de sua inseparável escudeira, a secretária de Estado Condoleezza Rice, enquanto a União Européia é representada na Cúpula pela presidência austríaca, pelo presidente da Comissão Européia, Durão Barroso, pelo alto representante para a política externa, Javier Solana, e pelo comissário europeu para o Comércio, Peter Mandelson.
Uma situação incômoda para Bush aconteceu durante as perguntas do correspondente da televisão pública austríaca (ORF), Raimund Loew, antes de seu embarque para Viena. Loew quis saber se Bush se sentia bem sabendo que havia entrado em guerra com o Iraque por um motivo fundamentado em uma mentira, ilustrando a pergunta com a informação de que, na Áustria de hoje, somente 14% da população acredita que os Estados Unidos atuam a favor da paz.  Sobre isso, Bush respondeu: "Compreendo, mas eu reajo ao 11 de setembro e defendo o meu país, as pesquisas não me interessam, me interessa aquilo que é justo".
Na pauta da reunião em Viena foram tratados outros assuntos de interesse mundial, como comércio, energia, mudanças climáticas, a situação atual no Iraque e a crise aberta pelos Estados Unidos com relação ao programa nuclear iraniano.