Aleida Guevara, filha de Che, exalta socialismo em Cuba

Em visita a Fortaleza, onde divulgou a campanha internacional a favor da libertação de agentes cubanos presos ilegalmente nos Estados Unidos, Aleida Guevara, filha de Che Guevara, denunciou o que considera uma política terrorista por parte d

A médica Aleida Guevara não se deixa encantar pela mitificação que a história emprestou à imagem de seu pai, o guerrilheiro argentino Ernesto Che Guevara. Nem com a mitificação de herói político – reproduzida mundialmente em camisetas, bandeiras e outros souvenirs (uns mais outros nada engajados) – nem com a canonização por que Che passa em algumas comunidades espalhadas pela Bolívia, país onde foi executado em 1967. Na época, Aleida tinha apenas seis anos e não sabia da fama que o pai desfrutava em Cuba. Tanto que não entendeu as faixas com fotos e homenagens a Che quando a notícia correu Havana.

“Eu não sabia ler o que havia escrito em tantas faixas e letreiros. Eu perguntava por que, mas ninguém me dizia porque tinham pena. E no discurso de Fidel, ele disse que aquele era o homem mais completo, que se quiséssemos ter um exemplo para nossos filhos, aquele era o mais completo exemplo”, ela lembra. “Eu nunca me entendi como filha de um mito. Eu sou filha de um homem. A questão é entender como é que ele, sendo tão ser humano como nós, conseguiu ser um ser humano melhor”.

Convidada pela Casa de Amizade Brasil-Cuba, Aleida esteve em Fortaleza recentemente participando de uma série de atividades e debates ligados ao movimento Anistia 68 e à campanha que ela vem promovendo em vários países a favor da libertação de cinco cubanos presos ilegalmente nos Estados Unidos sob acusação de terrorismo.

“O povo cubano decidiu há muitos anos pelo regime socialista. E decidiu isso porque sabe que é a única maneira de viver com dignidade”, afirmou.

A senhora tinha seis anos quando seu pai faleceu. Que lembranças a senhora tem do convívio com Che Guevara?

São muito poucas realmente. Muita gente me pergunta isso e o que digo sempre é que Che era um homem com uma grande capacidade para amar. Mesmo que tenha convivido muito pouco tempo conosco, com a família, essa foi a marca que ele nos deixou, nós tínhamos a sensação de que éramos filhos queridos. Ele nem dizia que nos amava, mas nós sabíamos que o afeto existia. Isso é muito importante para qualquer pessoa, saber que você é amada por seu pai. Quando nasci meu pai estava na China e minha mãe mandou um telegrama com um aviso de que eu havia nascido. Meu pai queria que eu fosse homem porque já tinha uma filha maior de seu outro casamento. Então, ele manda um telegrama brincando que se fosse mulher, queria que minha mãe me colocasse num barco. Minha mãe não gostou muito porque teve muito trabalho para me trazer ao mundo. Mas meu pai sempre nos tratou com muito carinho e muita atenção. O mais importante é que nossa mãe nos ensinou a amá-lo mesmo quando ele não estava presente, essa foi a coisa mais bonita que minha mãe logrou como mulher, ela nos fez amar e respeitar um pai que não podia estar presente.

Em que momento a senhora percebe que é filha de um mito como Che Guevara? 
Nunca. Nunca. Eu nunca me entendi como filha de um mito. Eu sou filha de um homem, não de um mito. Um mito é alguém que está separado da realidade. Sempre tive consciência que meu pai era um homem como você, como qualquer outro, com uma grande capacidade de amar e de entregar-se a uma causa, muito inteligente, muito estudioso. Mas era um homem como qualquer outro, que não estava separado da realidade. A questão é entender como é que ele, sendo tão ser humano como nós, conseguiu ser um ser humano melhor. 

Mas em que momento a senhora percebe que é filha desse homem, digamos… 
Famoso (risos).

Famoso.
Quando papai morreu, havia fotos dele em todos os lugares de Havana. E eu não entendia por que havia tantas fotos de meu pai em tantas partes da Cidade. E também não sabia ler o que havia escrito em tantas faixas e letreiros. E eu perguntava por que, mas ninguém me dizia porque tinham pena. E no discurso de Fidel, ele disse que aquele era o homem mais completo, que se quiséssemos ter um exemplo para nossos filhos, aquele era o mais completo exemplo. As crianças cubanas têm uma organização política que é chamada “Pioneiros de Cuba”. E quando eles se saúdam como pioneiros, eles dizem: “pioneiros pelo comunismo, seremos como o Che”. Esse é o lema deles. Então, comecei a ver como meu pai era um homem digno, como era respeitado. E depois, quando fui crescendo, fui percebendo como a grandeza desse homem se espalhava não só sobre Cuba, mas na América Latina, na Europa, na Ásia, na África, em várias partes do mundo. Foi um argentino que rompeu fronteiras.

Tanto que a imagem do Che, além de admirada mundialmente, é hoje veiculada e muitas vezes co-mercializada em escala global. Ela aparece em bandeiras, camisas e uma infinidade de outros produtos. Como a senhora vê isso?
Tu vives no mundo capitalista, não é isso? Tu sabes, portanto, quais são as leis do capitalismo. Trata-se, então, de destacar a imagem de seu conteúdo, do homem. Esse sistema brutal em que vive grande parte da humanidade se dedica a esse tipo de atividade. Nós queremos colocar um limite nisso. Como filhos, como família, nós queremos dizer não. Há coisas que nós não podemos mais aceitar. Aqui no Brasil, por exem-plo, em São Paulo, houve um estilista, que vive em Nova York, mas que vem aqui fazer seus desfiles, e desenhou uma coleção de roupa íntima com a foto de meu pai, com a imagem de meu pai. Isso é um grande desrespeito. Se queres pôr uma imagem numa roupa íntima, que ponha a imagem de outra pessoa, que ponha a imagem do pai dele, não do meu. É uma total falta de respeito. Mas fora isso há bandeiras de combate, por exemplo, bandeiras vermelhas com sua imagem, bandeiras cubanas com sua imagem. Há jovens usando camisetas com a imagem de Che. Isso é importante também porque muitas vezes as pessoas não sabem quem foi aquele homem. E os mais interessados, os mais inteligentes perguntarão quem foi Che Guevara e se forem capazes de aprender com a trajetória dele, isso é positivo, é realmente positivo.

Algumas comunidades no Interior da Bolívia santificam o Che. O Che virou santo nesses locais. As pessoas rezam para ele, pedem graças para ele. Como a senhor entende esse tipo de adoração?
Não só um santo como um santo que opera milagres (risos). Então, cuidado que a coisa é séria. Mas essa é uma maneira que pessoas muito humildes têm de expressar seus sentimentos de respeito, de admiração. É por isso que se deu essa conversão. Mas é preciso entender que meu pai foi um homem, com suas virtudes e seus defeitos, mas um homem. Se ele foi capaz de fazer as coisas grandiosas e boas que fez, por que você, que também é humano, não vai poder fazer? Se tu queres muito fazer algo, tu sabes que pode fazer porque alguém antes de você fez. A questão religiosa nós respeitamos, mas procuramos sempre esclarecer aqueles que querem converter meu pai num santo. E eu deixo bem claro, o I.N.R.I. de meu pai é o I.N.R.A., Instituto Nacional de Reforma Agrária. Esse homem pode ser santificado se tu queres, mas é importante não se esquecer de quem ele era.

No início dos anos 90, Cuba passou por uma grande crise econômica em função do fim do comércio com a ex-URSS e os países do Leste Europeu. Hoje, apesar do bloqueio norte-americano, Cuba experimenta taxas de crescimento de quase 12% ao ano (uma das mais altas do continente) e sabe combinar isso com políticas sociais universais e eficientes. Como Cuba consegue alcançar esses índices em meio a tantas dificuldades?
A diferença de Cuba para o restante da América Latina é o sistema social em que vivemos. Em nosso sistema, tu não vive para o capital, tu não vive para o mercado, tu vive para o teu povo. Então, com um pouquinho de recursos, e eles são poucos mesmos, você consegue fazer coisas muito interessantes. Em Cuba, nós passamos por dificuldades, por problemas de renda, não há casas magníficas para todos, coisas pequenas faltam. Mas somos um povo muito solidário. Hoje, nós temos médicos cubanos trabalhando na Venezuela, temos médicos cubanos ajudando o povo paquistanês depois do terremoto brutal que impôs grande sofrimento àquele povo, temos médicos cubanos no Himalaia. E são latinos trabalhando no Himalaia, passando um frio extraordinário. O afeto do povo paquistanês a Cuba é algo extraordinário, lindíssimo. Isso não se ganha vendendo ouro, nem comprando ouro, isso se ganha trabalhado junto ao povo, lutando pela saúde desse povo, com respeito, com silêncio. Isso é bonito. Mas, infelizmente, você sabe que muita gente pensa mais em dinheiro do que no ser humano. É essa a diferença. A única coisa que marca a dife-rença entre o meu país e o restante da América Latina é o sistema social, mais nada.

Como a senhora vê as críticas que são feitas ao governo cubano e que o acusam de patrocinar um regime autoritário, que não respeita a democracia, as liberdades individuais, etc?
O problema está no desconhe-cimento. Se você lê um pouco de economia política, você vai ver a diferença que existe entre capitalismo e socialismo. Então, você não pode comparar sistemas sociais diferentes. Você não pode comparar uma sociedade do capital com uma sociedade socialista. Gracias a la vida é diferente! Se você for ao sentido original da palavra democracia, do grego demos, significa poder do povo. E que poder tem o povo espanhol, por exemplo, no ano em que começou a guerra do Iraque, quando 95% do povo, em plebiscito, disse não à guerra e mesmo assim seu governo mandou tropas à guerra? O que aconteceu depois? Mudou alguma coisa? Nada. Que democracia é essa? É difícil de entender essa coisa. Nós vivíamos num regime partidário em que havia cinco partidos, antes da revolução cubana. Quem resolveu o problema do povo cubano? Nenhum. Que partido cumpria o que prometia quando chegava ao poder? Nenhum. Todos seguiam se entregando totalmente ao governo dos Estados Unidos de forma tal que em Cuba não havia nenhuma atividade sem o beneplácito do embaixador dos Estados Unidos. Hoje, o povo cubano diz não aos Estados Unidos e mantém esse não até as últimas conseqüências. Isso é poder do povo. Poder do povo é poder discutir nossas leis nos bairros, com os trabalhadores. São leis aprovadas pela Assembléia Nacional com o beneplácito real da população . O povo cubano tem consciência e sabe desse poder. Portanto, não dá para comparar porque somos sistemas diferentes. Nós temos carência material, é verdade. Muitas vezes de coisas que podem parecer as mais simples para vocês. Mas não são coisas necessárias para viver. Saúde e alimentação sim. Dignidade também. E isso Cuba garante para seu povo.

O que muda da experiência cubana em relação a outras experiências socialistas, como a URSS e o Leste Europeu?
São sistemas que, apesar de serem socialistas, se formaram de maneiras dife-rentes. A situação da União Soviética era muito complexa porque havia muitos estados e a relação entre eles era um problema interno. Depois, o socialismo soviético foi imposto no Leste Europeu. Porém, foi o nosso povo, em sua grande maioria, que iniciou esse sistema em Cuba. Nós somos um povo que conquistou sua independência com muita luta, foram mais de cem anos batalhando pela independência de Cuba. E foi uma luta que envolveu todo o povo cubano. O Partido Comunista Cubano nunca se separou da realidade dessa luta, do povo. Isso é o que nos torna diferente da expe-riência socialista européia. Nós trabalhamos sempre junto com o povo, respondendo aos interesses e às necessidades do povo. Há uma unidade indissolúvel entre governo, povo e partido. Há uma grande união interna que facilita a nossa luta.

Em 1966, Che disse que a Guerra do Vietnã não era nada mais que um método utilizado pelos Estados Unidos para provocar medo. Que avaliação a senhora faz da política externa norte-americana 40 anos depois dessa frase de seu pai?
Não somente 40 anos atrás. Em 1878, aproximadamente, se minha memória não me trai, houve um memorando dirigido a um oficial da marinha norte-americana propondo bloquear a ilha de Cuba com barcos, atacá-la com canhões e impedir a entrada de alimentos e medicamentos. Significa que eles queriam fazer com que o povo cubano adoecesse por falta de alimentos e que fosse exterminado pelos canhões. E assim a ilha poderia ser anexada ao governo dos Estados Unidos. Isso em 1878. O que estão fazendo atualmente contra Cuba? É algo parecido. Não podem disparar canhões pela pressão internacional, mas vontade não lhes falta. O presidente dos Estados Unidos já disse publicamente que Cuba é uma ameaça à democracia. Mas a que democracia ele se refere? A uma eleição fraudada para elegê-lo presidente? Para mim, isso não é democracia. Os Estados Unidos hoje são como um enorme polvo, com seus tentáculos espalhados pelo mundo. E nos acusam de desrespeitarmos os direitos humanos. Direitos humanos?! Nós somos o país com a melhor saúde de todo o continente, somos o maior país com a melhor educação em todo o continente, somos o país com o maior desenvolvimento público, somos o país mais solidário do mundo. Isso não é respeitar o ser humano? O governo norte-americano, por sua vez, mantém um cárcere ilegal em Guantánamo, onde milhares de prisioneiros são torturados. Portanto, os Estados Unidos exercem uma agressão contínua contra qualquer povo do mundo que emita critérios próprios de desenvolvimento e soberania. Os Estados Unidos preferem investir 400 bilhões de dólares anuais em armamentos do que investir em projetos de combate à fome e à miséria. A política dos Estados Unidos é uma política terrorista de estado, porque estamos falando de homens, de necessidades.

Sempre que um cubano tenta sair de Cuba com destino a Miami, isso ganha amplo destaque na imprensa internacional, muito maior por exemplo do que a tentativa de entrada nos EUA por parte de mexicanos ou de brasileiros. Mas o fato é que pessoas continuam tentando deixar a Ilha. O que move essas pessoas?
Em Cuba, as pessoas realmente passam necessidades materiais. Além disso, há uma propaganda que nós recebemos diariamente dos Estados Unidos, falando do sonho americano. O mesmo sonho que mantém 45 mi-lhões de pessoas nos Estados Unidos sem poderem ser assistidas por serviços de saúde porque não têm seguro médico. Mas ainda se fala em sonho americano. Depois dos anos 90, isso se aprofundou. Muita gente deixou Cuba achando que iria encontrar a felicidade nos Estados Unidos. Mas há outra coisa mais interessante. O governo dos Estados Unidos criou uma lei que se chama Lei de Reajuste Cubano. Essa lei diz que se tu és cubano – brasileiro não, tem que ser cubano – e tocas ilegalmente o solo norte-americano, você tem direito a um dinheiro para começar sua vida, tem direito a trabalho. Se tu estás passando dificuldades, se estão te bombardeando continuamente com a promessa de uma terra dos sonhos e que com isso tu vais resolver o teu problema, o que você faz? Se tu não tem consciência social, tu se agarra à primeira chance para tentar ir. E algumas pessoas em Cuba têm feito isso. Todo dia parte um barco cubano com destino aos Estados Unidos e muitos morrem afogados. Se um mexicano, um brasileiro, um colombiano ou um venezuelano tentam atravessar a fronteira, eles são presos ou morrem. E isso não ganha destaque na mídia. Se um cubano entra ilegalmente, é um rei. 

Esse é um pensamento minoritário na Ilha?
Sim, nós somos 11 milhões de cubanos na Ilha. Nos Estados Unidos, há um milhão de cubanos. A diferença é essa. A questão é que se trata de um regime socialista contra o qual se volta a maior parte dos grandes jornais do mundo. Se um cubano aparece em Nova York, ele vira um rei. Se um haitiano, um mexicano, um brasileiro morrem, isso não é notícia. Se matam pessoas tentando atravessar a fronteira, isso não é notícia. Se é um cubano, todos pensam: é o pobrezinho que está fugindo do socialismo.

Que futuro a senhora vislumbra para Cuba após a morte de Fidel?
Fidel é um homem extraordinário, magnífico. Eu acredito que a cada século nasce um homem como ele. Mas um homem só não resiste, porque são agressões diárias do governo norte-americano contra Cuba, são filhos nossos que morrem em atentados terroristas, irmãos, pais, um monte de gente que deve lágrimas ao governo dos Estados Unidos. Isso não é fácil. E como resistem? Por que resistem? Porque é um povo conscientizado, que sabe o que tem, que sabe como custou conseguir, e que sabe manter. Esse é o nosso privilégio como povo. Então, o povo cubano decidiu há muitos anos pelo regime socialista. E decidiu isso porque sabe que é a única maneira de viver com dignidade. Há uma lei criada em 1996 pelos Estados Unidos que diz que se Cuba mudar seu sistema social, os Estados Unidos terão o direito de acabar ou não com o bloqueio comercial. Diz a lei que se Cuba muda seu sistema social, os Estados Unidos terão o direito de devolver suas antigas propriedades aos seus antigos donos. Sabe quanta terra as empresas dos Estados Unidos possuíam em Cuba? Duzentas mil cavalarias de terra, das melhores terras. A indústria energética cubana era dos Estados Unidos. O níquel cubano era dos Estados Unidos. O que sobrará ao povo cubano se nós mudarmos nosso sistema social? Nada. Outra vez viver com a cabeça abaixada, com uma bota em cima todo o tempo. Não, não. Eu não me prestaria a isso. Eu nasci com a revolução. Minha geração nasceu com a revolução. Para fazer isso terão que me matar. Terão que nos matar para ficar com o que temos. Não será fácil nada. Somos um povo capaz de defender nossas conquistas. Isso posso lhe garantir.

Bloqueio e terrorismo

O bloqueio total do comércio entre EUA e Cuba foi decretado formalmente pelo presidente John F. Kennedy, no dia 3 de fevereiro de 1962. No entanto, as restrições norte-americanas à Ilha começaram logo após a vitória de Fidel, com medidas como a negação de créditos para a manutenção da estabilidade da moeda cubana, restrição do fornecimento de combustível pelas empresas transnacionais norte-americanas, a proibição de exportações a Cuba e a supressão da quota de açúcar comprada pelo mercado dos Estados Unidos.

Com a Lei Torricelli, aprovada em 1992 pelos Estados Unidos, foram interrompidas, por exemplo, as importações cubanas de alimentos e medicamentos procedentes de subsidiárias norte-americanas em outros países.

Segundo o Relatório Anual sobre o Bloqueio divulgado pelo governo de Cuba em outubro do ano passado, o prejuízo direto causado pelas sanções econômicas chega a mais de 82 bilhões de dólares. O relatório lembra também que a cifra não leva em consideração os mais de 54 bilhões de dólares relacionados aos danos provocados por sabotagens e ações terroristas no País, financiados, segundo o documento, por organizações sediadas nos Estados Unidos.

Em sua visita a Fortaleza, Aleida Guevara participou de uma audiência na Câmara Municipal onde divulgou a campanha internacional que pede a libertação de cinco ativistas cubanos presos nos Estados Unidos desde 1988. Acusados de terrorismo pelo governo norte-americano, René González, Rámon Labañino Salazar, Fernando González Llort, Antonio Guerrero Rodriguez e Gerardo Hernández Nordelo estavam infiltrados em grupos terroristas anti-Cuba sediados em Miami.
Em julgamento realizado no ano passado na cidade de Atlanta, os cinco tiveram a acusação de terrorismo arquivada por falta de provas, mas continuam presos, sem poder ter contato com seus familiares. “Só pedimos ao governo norte-americano que cumpra as próprias leis e os liberte, como determinou a Justiça”, destacou Aleida.

“Só nos interessa saber as atividades terroristas contra Cuba. Lutar contra o terrorismo não pode ser um delito”, diz o presidente Fidel Castro no vídeo.

Fonte: jornal O POVO