Campanha polarizada e tensa


No que pese existirem inscritos sete candidatos à Presidência da República, a tendência que vai sendo confirmada em todas as pesquisas é de uma polarização entre dois blocos fundamentais: o de apoi


O presidente Lula exibe uma capacidade de reação invejável. Enfrentou crises profundas durante seu mandato, que foram amplamente utilizadas pela oposição, mas passou por todas elas e está de pé e com disposição guerreira para as eleições. As pesquisas revelam certo favoritismo de Lula, mas a campanha será muito tensa e polarizada.


Ele tem utilizado a comparação de seu governo com o do PSDB/PFL que teve FHC à frente e registrado as inúmeras conquistas de seu mandato. No entanto, falta ainda uma sinalização mais clara do que propõe efetivamente de rumo para o próximo período. Em nossa opinião, é preciso buscar renovar a esperança através de um programa que aponte nitidamente a decisão de abrir um ciclo de desenvolvimento acelerado e consistente, que beneficie a maioria da população brasileira.


No que pese não ter conseguido atrair formalmente o PMDB, na maioria dos estados trabalha com a sigla e já sinaliza que o mesmo poderá ser força importante num segundo governo.


O outro bloco, capitaneado pelo conservador Geraldo Alckmin, ainda padece de maior unidade e nitidez em seus intentos. Até agora a campanha limita-se a ataques de baixo nível que procuram desqualificar Lula. As últimas pesquisas que revelaram um crescimento da candidatura serviram como certo alento. Apesar das dificuldades iniciais, pela força que têm os poderosos setores sociais e econômicos que representa, Alckmin é um candidato que não deve ser subestimado.


Portanto este é o cenário do primeiro momento da disputa. Com as alterações feitas nas regras eleitorais, avulta ainda mais a necessidade de uma gigantesca campanha militante junto à população, para disputar o voto e a consciência destes setores para a defesa de um novo mandato para Lula. É preciso tranqüilidade, humildade e dedicação para enfrentar uma campanha tensa e difícil.


É necessário também termos consciência de que os rumos de um eventual segundo mandato de Lula dependem de sua base de sustentação e da presença e força de partidos conscientes e conseqüentes, compromissados com o país. É dentro desta perspectiva que se insere o desafio de o PCdoB fazer uma grande campanha, conquistar mais mandatos e influência política e social, para contribuir com a vitória de nosso campo político, mas também para poder desempenhar novos e maiores papéis na definição de rumos para o Brasil.


Por Rovilson Britto
Secretário de Comunicação do PCdoB-SP