Artigo: Batista Lemos analisa as razões da vitória classista

Não foi por acaso que a Chapa 3, encabeçada pela Corrente Sindical Classista (CSC), venceu as eleições para a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda e Região. O coordenador nacional da CSC, João Batista Lemos, analisa o êxito classist

Razões da vitória


 


Por João Batista Lemos*


 


Concorrendo através da Chapa 3, a Corrente Sindical Classista (CSC) acaba de obter uma expressiva vitória nas eleições do Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda e Região, derrotando a Força Sindical (Chapa 2, que logrou um segundo lugar) e a Articulação Sindical, força majoritária na CUT, que apoiou a Chapa 1 (situação) e acabou amargando a última posição.


 


O pleito ocorreu nos dias 5 e 6 de julho, embora a apuração só tenha sido realizada nesta sexta-feira. A ação da Justiça e uma fiscalização mais rigorosa por parte dos sindicalistas classistas frustraram as tentativas de fraude e garantiram a lisura do processo eleitoral, assinalando neste sentido também uma vitória da democracia. O sindicato é um dos maiores e mais importantes do ramo no país. Representa mais de 40 mil trabalhadores na base, que também compreende, além de Volta Redonda, os municípios de Barra Mansa, Resende, Quatis, Itatiaia, Porto Real e Pinheiral.


 


O resultado é emblemático da situação vivida hoje pelo movimento sindical e traz relevantes lições para a classe trabalhadora brasileira. Em primeiro lugar, é preciso assinalar que foi um êxito do esforço de conscientização e mobilização na base, recompensando a ação sindical no chão da fábrica e comprovando a necessidade de priorizar a organização no local de trabalho.


 


O companheiro Renato Soares é um militante estreitamente vinculado aos colegas de trabalho, respeitado por sua coerência, honestidade e firmeza na defesa dos interesses da categoria. Seus oponentes, especialmente os da chapa situacionista, acabaram abandonando o vínculo com as bases e as perspectivas da luta classista; caíram no burocratismo e se envolveram com a corrupção, perdendo a confiança dos sócios.As urnas traduziram o forte desejo de mudanças das bases, que exigem um sindicalismo de luta, democrático e dirigido por lideranças honestas e dignas de crédito.


 


O crescimento da CSC


Antes da definição das chapas que disputaram o pleito, a Corrente Sindical Classista não poupou esforços para unificar o campo da CUT, mas esbarrou na arrogância e no hegemonismo de setores da Articulação Sindical, que exigiam a presidência como condição para a aliança, apesar de não terem respaldo eleitoral, conforme indicavam as pesquisas e de resto ficou provado na apuração.


 


A vitória em Volta Redonda, contra as duas forças mais poderosas do sindicalismo nacional (Força Sindical e a Articulação Sindical, da CUT), é mais um fato que ao mesmo tempo comprova e fortalece a forte tendência de crescimento da CSC no movimento sindical brasileiro, verificada igualmente no resultado da recente eleição para o Sindicato dos Têxteis de Blumenau (SC), que com cerca de 30 mil trabalhadores (as) na base é o maior da categoria na América Latina, assim como no 9º Concut.


 


É com base neste crescimento que as lideranças classistas consideram inaceitável a redução do espaço político que conquistaram no interior da CUT. O êxito premia a coerência da CSC na defesa dos interesses maiores dos trabalhadores na luta de classes contra o capital e reforça a batalha política por transformações sociais mais profundas e por um novo projeto nacional de desenvolvimento, fundado na soberania e na valorização do trabalho.


 


* João Batista Lemos é coordenador nacional da CSC


 



Clique aqui para saber como foi a apuração dos votos em Volta Redonda