Estudantes sem-terra ocupam sede do Incra no Ceará

Cerca de cem estudantes da primeira turma de Pedagogia da Terra, no Ceará, ocuparam na manhã desta segunda-feira (17/07) o gabinete da superintendência do Incra-CE (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, unidade cearense). O grupo reivindica

Outro pedido é das 230 turmas de Educação de Jovens e Adultos, em parceria com a Universidade Estadual do Ceará (UECE), que há três meses iniciaram as aulas sem infra-estrutura. A verba para a segunda etapa das seis turmas de magistério da UECE também não saiu. Os educadores não receberam seus salários, o que complica ainda mais a situação dos cursos, desenvolvidos pelo Pronera (Programa Nacional de Educação em áreas de Reforma Agrária), do governo federal.


 


Os sem-terra pretendem permanecer acampados até que o Incra apresente uma solução para os casos. “Para a realização das duas etapas, são necessários 330 mil reais – e o Incra só prometeu metade”, afirmou Maria de Jesus, integrante da coordenação estadual do MST. “Os estudantes estão convictos que não é possível começar essa etapa sem acordo, pois na próxima vão vivenciar a mesma enrolação.”


 


Nesta terça-feira, os estudantes terão aulas no auditório do Incra. À noite, filmes e palestras com professores das universidades fazem parte da programação. “Este é um acampamento pedagógico”, dizem os sem-terra. A turma de Pedagogia tem estudantes de 50 assentamentos do Ceará, Maranhão e Rio Grande do Norte. Conta com a participação de integrantes da CPT (Comissão Pastoral da Terra) e do MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores), além do MST.


 


“Através dessa conquista, os filhos e filhas de Sem Terra que não têm acesso a educação superior no campo estão se formando para atuar nos seus assentamentos e acampamentos. Vamos lutar para que o governo cumpra com esse convênio, que é muito importante para os trabalhadores e as trabalhadoras Sem Terra”, divulgou o MST do Ceará em nota.