Não queimarei minha mão

Venho a público me pronunciar em favor de um amigo. Para além de comungarmos ideologias partidárias, tenho pelo vereador Lipa Xavier o ma

 Nos últimos dias vimos, estarrecidos, o episódio envolvendo a Polícia Federal e a prisão de oito dos quinze vereadores da nossa estimada Casa Legislativa.


 


Venho a público me pronunciar em favor de um amigo. Para além de comungarmos ideologias partidárias, tenho pelo vereador Lipa Xavier o mais nobre dos sentimentos: a amizade sincera. Em um ano e meio de próxima e farta convivência, posso testemunhar, e o faço com orgulho, a favor da sua inquestionável qualidade moral e íntegro caráter, inabaláveis, típicos do homem reto e probo que é.


 


Lipa é um desses raros homens públicos, espécie em extinção, que enverga a sua verdade com altivez, com combativa sensibilidade, empunhando o propósito ideal socialista de justiça e igualdade social.


                       


Pois bem, tentaram manchar a imagem deste meu amigo. Tentaram, pois a sua imagem, construída ao longo de anos de militância e de convicta luta, esta imagem permanecerá intacta. Quem conhece Lipa sabe do que estou falando.


                       


Tenho para mim que todo este “mis-em-scene”, todo este teatro dantesco, com cara de espetáculo circense da mais duvidosa qualidade, orquestrada pela Polícia Federal, ultrapasse os interesses em que se deveria circunscrever o seu trabalho. O jogo político, que costumeiramente se vale de estratégias vis e desleais, pode ter atingido o seu clímax neste episódio. Esta ação policial é injustificável. Injustificável, porque além de ilegal, é ilegítima. A minha suspeição sim, é plenamente justificável.


                       


A investigação policial não deve conter o julgamento. O carimbo da culpa só pode ser batido quando todos os procedimentos jurídico-legais forem cumpridos. A pergunta é: Quais os verdadeiros interesses por detrás desta ação infeliz e arbitrária? A quem de fato interessa a exposição que execra e culpa, na imprensa nacional, com indisfarçada publicidade da imagem de um vereador do Partido Comunista do Brasil?


                       


Um ultraje à verdade foi cometido. E não posso me calar. Não podemos nos calar.


Sou amigo de Lipa. Sou amigo da justiça e da verdade. Não queimarei minha mão, contrariando com respeito a opinião do meu querido pai.


 


Desconfio que este episódio não será definitivo. O que é definitivo é o caráter do Lipa.


 


 


 


Georgino Neto


Secretário Municipal de Esportes e Lazer


Membro do Partido Comunista do Brasil