Maioria dos brasileiros resgatados passava férias no Líbano

A maior parte dos brasileiros que está sendo retirada do Líbano com auxílio do governo federal estava passando férias para visitar parentes no país quando começaram os bombardeios israelenses. De acordo com Sohel Iamuti, presidente do Instituto Futuro (en

Rola Abdo, nascida no Líbano e naturalizada brasileira, é moradora de São Paulo, mas foi com o marido e mais três filhos passar as férias de julho em Trípoli, região norte do Líbano. Com o início dos ataques, Rola disse que procurou o consulado brasileiro em Beirute mais por precação do que devido ao medo. “Eu nem queria vir, eu só fiquei com medo de fechar todas as fronteiras e eu não poder mais voltar. Minha casa é aqui, eu moro aqui. Fiquei com medo de ficar presa lá, não fiquei com medo da guerra”.


 


Rola, que chegou no Brasil na segunda-feira (24), em um avião da Força Aérea Brasileira, disse que teve de ir pessoalmente ao consulado brasileiro em Beirute para conseguir vaga nos vôos da Força Aérea. Ela e seus três filhos conseguiram, mas seu marido permaneceu no Líbano, e está tentando encontrar uma vaga nos novos vôos. “Eu não conseguia pelo telefone, porque é muito difícil, sempre dava ocupado, aí eu fui direto para lá. É longe, mas é melhor ir pessoalmente. Vi que a cidade já estava bem acabada, mas não estava perigoso”, contou.


 


Fátima Mohammed Yussef, libanesa, e residente no Brasil há 38 anos, não teve uma saída tão tranqüila do país. Apavorada com os ataques, Fátima chegou a deixar Beirute e fugir com a família para as montanhas, antes de saber que poderia requisitar uma vaga nos vôos. Fátima é naturalizada e tem seis filhos nascidos no Brasil. “De repente começaram a bombardear”, relembra. “Ninguém sabia o que estava acontecendo, começou a cair prédio em cima de todo mundo”.


 


“A gente ficou sabendo que iam entrar com o exército e então a gente fugiu para a montanha”. Fátima conta que ficou com os parentes oito dias nas montanhas, região que, segundo ela, dificilmente é atacada. Para conseguir uma vaga nos comboios de retirada, Fátima disse que teve algum trabalho, mas não foi difícil. “A gente chorou tanto que eles aceitaram”, contou.