Sem categoria

Petroleiros do PCdoB discutem política e organização interna

Realizado na última quinta-feira (27/7) em São Paulo, o 1º Encontro Nacional de Petroleiros do PCdoB reuniu 22 trabalhadores da Petrobrás e oito dirigentes partidários, vindos dos seguintes Estados: Rio Grande do Sul; Rio de janeiro; Minas Gerais; Ba

O encontro foi organizado por um grupo de trabalho formado pelas comissões sindical e de organização do Comitê Central do Partido e dirigido pelos comunistas da categoria que integram a direção nacional (Caetano e Divanilton). Cabe destacar a participação de João Batista Lemos e Walter Sorrentino, membros do secretariado nacional do PCdoB, bem como do gerente da área de gás e energia renovável da Petrobrás, Sidney Granja, que fez uma exposição sobre a importância estratégica da empresa e do setor de energia no Brasil.


 


A ausência de representantes de São Paulo na reunião despertou críticas, pois o Estado concentra o maior número de refinarias do país (quatro) e tende a receber grandes investimentos da Petrobrás nos próximos anos. A bacia de Santos deve gerar milhares de empregos e estimular a instalação de novas unidades da empresa no Estado. Conseqüentemente, uma estratégia de crescimento da influência orgânica e política dos comunistas entre os trabalhadores do setor de energia, especialmente entre os petroleiros, não pode deixar de priorizar São Paulo.


 


Ao analisar o quadro político nacional, Walter Sorrentino destacou o papel dos trabalhadores e dos petroleiros em particular na luta para evitar a ameaça de retrocesso neoliberal e reeleger o presidente Lula. A definição de uma estratégia do Partido para crescer no sistema Petrobrás será afetada pelo resultado das eleições. Não se pode esquecer a repressão do tucanato à greve dos petroleiros em 1995, pela qual o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso quis destruir a Federação Única dos Petroleiros (FUP).


 


Sorrentino frisou que a Petrobrás é essencial num novo projeto de desenvolvimento nacional, com soberania e valorização de trabalho, defendido pelo PCdoB, que deve priorizar o esforço de estruturação partidária entre os trabalhadores da empresa. A estratégia de crescimento nos petroleiros, na opinião de Sorrentino, deve ter como base o caráter do PCdoB como partido do proletariado, entendendo este proletariado com uma concepção mais ampla conforme foi definida no 2º Encontro Sobre Questões de Partido. É também preciso levar em conta que o Partido é portador da consciência social mais avançada de nossa época e não pode se deixar pelo corporativismo.


 


Já o secretário sindical nacional do Partido, João Batista Lemos, chamou a atenção para a necessidade de combinar com sabedoria a luta nos planos sindical, político e ideológico. “Não basta a atividade sindical para organizar o Partido na categoria”, disse o dirigente comunista. Também será preciso saber equacionar corretamente a relação partido-sindicato e a necessidade de elevar o nível das lutas ao plano da política.


 


O sindicalismo classista tem que desenvolver uma consciência patriota e socialista entre os trabalhadores e compreender que a disputa pela hegemonia no movimento social, em particular no meio sindical, não pode ser separada da intervenção política do Partido. Organizar um forte partido no sistema Petrobrás exigirá persistência, permanência de rumos, além de muita criatividade na busca de soluções para os problemas organizativos decorrentes do regime especial de trabalho da categoria, que envolve turnos de revezamento e longos períodos de isolamento em plataformas marítimas e campos de exploração e produção de petróleo.


 


Mais de 18 participantes falaram sobre os temas do encontro, que aprovou as seguintes resoluções:


 


1 – Organizar o Fórum dos Petroleiros, que tem por base a estratégia partidária para o trabalho entre os petroleiros, combinando o trabalho nacional nas áreas sindical, organização e juventude, envolvendo a fração
dos comunistas na FUP e a definição de um responsável em cada um dos
seguintes diretórios estaduais: RJ-SP-BA-SE-PE-RN-CE-PA-AM-ES-SC-RS.
2 – Envidar esforços para realizar grande ato dos petroleiros com Lula.
3 – Mapear os concursos e divulgar e discutir medidas com as principais
direções regionais.
4 – Produzir material próprio do Partido para os petroleiros – com lideranças
da categoria – e trabalhar uma campanha de filiação direcionada.
5 – Mapear quadros técnicos de direção para debater questões relativas ao
desenvolvimento nacional e aproximá-los do Partido.
6 – Promover debate na direção nacional sobre a questão de energia, em
especial a questão do petróleo.
7 – Desenvolver em perspectiva um documento do Partido sobre o papel e os
rumos da Petrobrás.
8 – Reproduzir nos Estados, em forma de seminário, o conteúdo deste 1o
Encontro.
9 – Realizar um prazo máximo de um ano o 2º Encontro dos Comunistas
Petroleiros.