Minas lidera ranking de projeto antipoluente

Minas Gerais é o segundo estado brasileiro com maior número de projetos inscritos no Protocolo de Kyoto


    Minas Gerais é o segundo estado brasileiro com maior número de projetos de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) inscritos no Protocolo de Kyoto que, desde fevereiro de 2005, quando entrou em vigor, permite que empresas instaladas nos países em desenvolvimento elaborem planos de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa. Os mineiros também saíram na frente no tratamento de dejetos da suinocultura e no reflorestamento. A informação foi passada ontem pelo secretário executivo da Comissão Interministerial de Mudanças Globais do Clima e presidente do Conselho Executivo do MDL, José Domingos Ganzález Miguez, durante a abertura oficial do Fórum Mineiro de Mudanças Climáticas, em Belo Horizonte.
    A redução de gases, além proteger o meio ambiente, gera os chamados créditos de carbono, que é um artifício usado pelo Protocolo de Kyoto para incentivar as empresas a instalar os MDL. Cada tonelada de gás deixada de ser emitida gera créditos – revertidos em dinheiro -, que são negociados nas bolsas de valores internacionais.
''No Brasil, assim como em Minas Gerais, o nível de conscientização das pessoas sobre os problemas ambientais é um dos maiores do mundo'', disse Miguez. Segundo ele, 60 dos 175 projetos apresentados pelos brasileiros já encontram-se em fase de implementação. Prova de que a preocupação com a natureza traz também novas oportunidades, conforme o secretário executivo do Fórum, o ex-funcionário da Organização das Nações Unidas, Milton Nogueira. ''Brasil e, mais especificadamente, Minas Gerais, são privilegiados. Aqui há muita água, terra, sol, cana-de-açúcar. Componentes suficientes para, por exemplo, acelerar a produção de etanol e do biodiesel''.

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    Nogueira ressaltou que o Estado tem uma longa história de produção de energias renováveis, como o carvão vegetal na usina Queiroz Júnior, em Itabirito, e na Belgo Mineira, em João Monlevade, na Região Central, além do álcool motor na usina de Gravatá, em Divinópolis, na Região Centro-Oeste, a usina-piloto de etanol de mandioca em Curvelo, também na Região Central, e o plantio de eucalipto. ''A atmosfera tem vários problemas, mas há ao nosso alcance várias tecnologias capazes de reverter este quadro'', acredita.
Espaço para troca de idéias e subsídios para formulação de políticas públicas, o Fórum de Mudanças Climáticas tem caráter itinerante e conta com a participação da sociedade na discussão de temas sobre o meio ambiente. A próxima reunião deve acontecer ainda neste ano, em algum município do interior do Estado ainda a ser definido. Uma das metas é construir o mapa da vulnerabilidade das mudanças climáticas em Minas.


 


Fonte: Jornal Hoje em Dia