O papel decisivo do Partido Comunista em Cuba

“O comandante da Revolução Cubana é apenas um, e unicamente o Partido Comunista, como instituição que agrupa a vanguarda revolucionária e garante segura a unidade dos cubanos em todos os tempos, pode ser digno de herdar a confiança depositada pelo povo em

“Repito o que tenho afirmado em muitas ocasiões: o comandante da Revolução Cubana é apenas um, e unicamente o Partido Comunista, como instituição que agrupa a vanguarda revolucionária e garante segura a unidade dos cubanos em todos os tempos, pode ser digno de herdar a confiança depositada pelo povo em seu líder. Para isso trabalhamos, e assim será, o resto é pura especulação, para não dizer outra coisa”. Com essas palavras, o então Segundo Secretário do Partido Comunista de Cuba (PCC), Raúl Castro Rúz, se dirigiu ao 5º Pleno do Comitê Central realizado em primeiro de julho passado, sendo aplaudido de pé por todos os presentes. É esse o pensamento que guia o Partido Comunista e o Governo Cubano antes e no presente momento em que Raúl assume temporariamente o posto de primeiro secretário do Partido.


Apesar da normalidade no ritmo de vida e da compreensão do povo cubano com o afastamento temporário de Fidel Castro, manifestada por diversos atos de solidariedade e votos de pronta recuperação por toda ilha, ainda é forte as investidas especulativas sobre o “Plano de Transição” política em Cuba, esse de inteiro interesse dos Estados Unidos e da chamada Máfia de Miami.


 


A onda especulativa chega ao ponto de questionar a liderança de Raúl, numa clara tentativa de colocar em xeque o futuro do governo Cubano e manifestos intentos de se fazer dobrar a Revolução ante a falácia de um suposto abrandamento do Plano Bush e do criminoso bloqueio patrocinados pelos EUA com uma contrapartida “democrática” de Cuba.


 


A história de Raúl se confunde com a do próprio Fidel e seu atual posto é mais que natural: é resultado de décadas de aguerrida militância em defesa da Revoluçao. Há 53 anos atrás foi capturado em San Luis e assumiu a inteira responsabilidade pelo célebre assalto ao Quartel de Moncada, foi um dos líderes fundadores da Revoluçao em 59 e desde entao tem ocupado os principais cargos de direção do país. São incontáveis as provaçoes de Raúl ao longo de sua revolucionária e inquestionável trajetória política comunista que não se pode ignorar perante os acontecimentos de hoje.


 


Mas os ataques dos grandes meios de comunicação e da contra-informação burguesa não param por aí. Declaraçoes explícitas de funcionários do governo norte-americano (incluindo parlamentares cubanos nos EUA) de que é necessário aplicar as medidas do Plano de Transição (leia-se agressão militar a Cuba), são divulgadas diuturnamente. Frases como “este é o momento”, “não se pode perder a oportunidade”, “é a hora de se aplicar o Plano Bush”, “precisamos garantir que a partir dos EUA haja a transição política em Cuba”, são estampadas nas capas dos principais jornais e sítios imperialistas. Tentam abertamente promover uma emigração ilegal e a desobediência civil em Cuba utilizando-se da TV e Rádio Martí (emissora contra-revolucionária clandestina) que é transmitida desde um avião militar, para assim utilizarem o pretexto de uma interevençao militar “humanitária”, para estabelecer a “ordem”.


 


Diante a essa ofensiva midiática a grande pergunta que é feita visando confundir a opinião pública internacional é se existe ou não a possibilidade de haver uma transição política paulatina em Cuba com Raúl Castro a frente. Nossa resposta é Não. E essa resposta não é baseada tão-somente na nossa vontade mas, sobretudo, por uma análise científica real, na convicção demonstrada pelo povo cubano em manter a Revolução custe o que custar, nos milhares de Comitês em Defesa da Revolução em atividade e no entendimento comum de que é o Partido Comunista o guia da revolução em Cuba.


 


A Revolução em Cuba nao se curvará, haja o que houver. A vida segue em Cuba e o socialismo continua sua marcha com o Partido Comunista a frente desse processo histórico. Disso nao temos a menor dúvida.


 


De Havana
Luciano Rezende Moreira