Enade: cursos de universidade federal têm melhor padrão

A partir desta quarta-feira, dia 9, estudantes e dirigentes das instituições de educação superior podem conhecer, pela internet, os resultados da edição de 2005 do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (

O Ministério da Educação inova ao divulgar um conceito que indica o efeito dos cursos no nível de conhecimento dos estudantes. Agora, é possível avaliar a qualidade de um curso com base na diferença do desempenho esperado e do observado obtido por ingressantes (alunos do primeiro semestre) e concluintes (que estão terminando o curso superior).


 


 


Além das notas nas provas (formação geral e conteúdo específico), estão sendo divulgados, para cada um dos cursos de graduação avaliados no Enade de 2005, o conceito médio dos estudantes e um indicador de diferença entre o desempenho esperado e o observado (IDD). Esse indicador é a diferença entre o desempenho obtido e o estimado dos concluintes de um curso. A estimativa parte da avaliação dos alunos ingressantes. 


 


 


O Enade tem o objetivo de aferir o rendimento dos alunos dos cursos de graduação em relação aos conteúdos programáticos, suas habilidades e competências. O exame é realizado por amostragem e constará do histórico escolar do estudante ou, quando for o caso, sua dispensa pelo MEC.


 


 


Segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad,, pelo sistema de avaliação anterior, o MEC enfrentava problemas, inclusive de ordem judicial, caso fosse necessário fechar um curso de má qualidade: “Por falta de um instrumento de avaliação mais minucioso, não tínhamos como ponderar a respeito do conhecimento que uma instituição aportava na formação dos seus alunos”, explicou.


 


 


Para Fernando Haddad, com as mudanças na avaliação do desempenho dos estudantes, o MEC está aparelhado para agir como prevê a Constituição, no sentido não apenas de avaliar e, sim, autorizar a continuidade ou não de determinado curso. “Com isso, se a instituição não cumprir o prazo estabelecido pelo ministério para realizar as mudanças necessárias, o curso pode ser suspenso”, ressaltou.


 


 


O Enade de 2005 avaliou 277.476 estudantes de 5.511 cursos de graduação pertencentes a 20 áreas do conhecimento — arquitetura e urbanismo, biologia, ciências sociais, computação, engenharias (distribuídas em oito grupos), filosofia, física, geografia, história, letras, matemática, pedagogia e química.


 


 


Federais têm melhor desempenho


 


 


Os cursos das universidades federais oferecem melhores condições para o desenvolvimento dos seus alunos do que aqueles oferecidos pelas universidades estaduais, municipais ou privadas. Ao avaliar os resultados do Enade 2005, as instituições federais tiveram menor número de cursos com desempenho abaixo do esperado do que as outras instituições. Este desempenho é avaliado a partir do Indicador de Diferença entre o Desempenho Observado e o Esperado (IDD), criado na edição de 2005.


 


 


O percentual de cursos com IDD negativo (ou seja, com desempenho abaixo do esperado) das instituições federais de ensino (Ifes) ficou em 41,8%; o das estaduais representavam 44,7%; o das municipais, 59,2%; e das privadas, 46,5%. Das 20 áreas dos cursos analisados pelo Enade, as Ifes têm pontuação maior em 15 cursos.


 


 


No conceito geral dos cursos, 632 cursos de universidades públicas receberam conceitos quatro e cinco, os melhores. Somente 398 cursos de instituições privadas tiveram estes conceitos mais altos.


 


 


Haddad afirmou que as universidades públicas não só formam bons profissionais, mas agregam conhecimento em seus cursos. “As públicas não são boas apenas porque recebem bons alunos, mas porque ministram cursos de qualidade.”


 


 


O ministro disse ainda que as universidades particulares recebem alunos, muitas vezes, despreparados, mas conseguem formar bons profissionais. “A situação das particulares se aproxima mais da realidade média do país, portanto não está tão ruim”, concluiu.


 


 



Sul e Nordeste têm maior percentual de cursos com bom desempenho


 


 


 


Do total de cursos avaliados, na escala de 1 a 5, 27% obtiveram conceitos 4 e 5 (os mais altos); 20%, conceitos 1 e 2 (os mais baixos); 53%, conceito 3 (médio).


 


 


As regiões Sul e Nordeste apresentaram o maior percentual de conceitos altos. Respectivamente, 29,9% e 29,8%. Norte e  Centro-Oeste tiveram os maiores percentuais de conceitos baixos — 31,4% e 28,5%.


 


 


Fonte: Ministério da Educação