Mulheres vítimas de câncer protestam por cirurgias reparadoras de mama

Vanessa estava presente no ato onde dezenas de mulheres protestaram em defesa das vítimas do câncer de mama, segundo tipo de câncer que mais mata mulheres no Amazonas.

Dezenas de mulheres protestaram neste domingo (dia 20) na Ponta Negra em defesa das vítimas de câncer de mama que fazem a mastectomia e não têm acesso a cirurgia reparadora. Apesar de estar garantido por lei federal, a de nº 9.797, de 1999, a rede pública de saúde do Amazonas não realiza o procedimento cirúrgico capaz de amenizar os impactos
psicológicos e sociais sofridos pelas pacientes que precisam retirar o seio para combater a doença.


A deputada federal Vanessa, presente no ato, lamentou que a legislação não esteja sendo cumprida. ''Estamos falando de vidas afetadas por uma doença terrível, que deforma suas vítimas. É um problema social que precisa ter toda a atenção das autoridades''.


A presidente do Centro de Integração das Amigas da Mama (Ciam), Joana de Fátima Masulo Ribeiro, informa que somente no ano passado 94 mulheres fizeram mastectomia no Estado, pacientes que precisam da cirurgia reparadora. Neste ano, a previsão é que esse número aumente. ''Como se vê, o problema é crescente e não temos uma resposta do poder público, que não atende a uma lei criada para amenizar os impactos psicológicos e sociais nas mulheres que perdem a mama'', destaca Joana.


Segundo ela, o problema já está sendo acompanhado pelo Ministério Público Estadual (MPE). Para a maioria das vítímas da doença, o segundo tipo de câncer que mais mata mulheres no Amazonas, a rede pública é o único caminho para se voltar a ter uma vida normal, incluise na relação matrimonial. ''Sabemos de casos de homens que deixaram suas companheiras após a mastectomia'', fala a presidente do Ciam. Nas clínicas particulares, uma cirurgia reparadora chega a custar R$ 10 mil.


Conforme Joana explica, a cirurgia reparadora é parte do tratamento de combate ao câncer, que na fase final consiste na reconstrução da mama. E mesmo após tratada a doença, as pacientes têm que fazer consultas médicas a cada seis meses, durante pelo menos 15 anos.  O Ciam mantém uma casa de apoio às mulheres com a doença vindas do interior, geralmente humildes, sem recursos financeiros para se manterem em Manaus durante o tratamento, que dura entre oito meses a um ano.


Tem mais chances de contrair câncer de mama as mulheres que começaram a menstruar mais cedo, que são obesas, que tiveram a primeira gestação após os 35 anos, que fazem uso de tratamentos hormonais e que têm histórico da doença na família. Esse tipo de câncer também afeta os homens, mas numa proporção que não chega a 1% do total de casos. E
apesar dos avanços da medicina, a maior recomendação continua sendo o exame preventivo, que pode ser feito por cada mulher com o toque no seio.
 
De Manaus
Hudson Braga