Líder do PT diz que Lula não tem interesse em dossiê
O líder do PT, deputado Henrique Fontana (RS), disse, nesta terça-feira (19), que a campanha eleitoral não será afetada com a descoberta do dossiê relativo aos candidatos do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, e ao governo de São Paulo, J
Publicado 19/09/2006 17:20
“Por que um presidente que teve o dossiê Caymann em suas mãos quando estava perdendo uma eleição e não o usou usaria as informações de (Luiz Antonio) Vedoin neste momento em que está vencendo, segundo todas as pesquisas?”, questionou Henrique Fontana, referindo-se ao empresário acusado de chefiar o esquema da máfia das ambulâncias.
O dossiê Caymann, como ficou conhecido, reunia acusações contra o então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e outros líderes de seu partido sobre supostas contas em paraíso fiscal. O documento foi oferecido em 1998 ao então candidato do PT e adversário de Fernando Henrique, Luiz Inácio Lula da Silva, que se recusou a utilizá-lo na campanha eleitoral.
“É evidente que a ilegalidade precisa ser rapidamente investigada”, prosseguiu Fontana, ao ressaltar, no entanto, que existem “vozes golpistas tradicionais, como o senador Jorge Bornhausen (PFL-SC), que há um ano e meio prossegue numa tentativa golpista, irresponsável, contra o presidente Lula”, completou o líder do PT, que concedeu entrevista no salão Verde.
Duas ilegalidades
Henrique Fontana ressaltou que a pergunta que todos querem ver respondida é de onde saiu o dinheiro. Para ele, existem duas ilegalidades que precisam ser investigadas com o mesmo rigor: a compra do dossiê “com dinheiro de procedência escusa” e as ilegalidades apontadas no dossiê.
Fontana disse que, se a palavra de Luiz Antonio Vedoin valeu para colocar sob investigação 82 parlamentares, precisa servir igualmente para investigar a gestão de José Serra no Ministério da Saúde e as ações de Abel Pereira, acusado de ser o operador financeiro do ex-ministro.
Agência Câmara