Chávez: boa relação com Calderón e Alan García é impossível
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse neste domingo (24/9) que é impossível manter uma relação cordial com o presidente do Peru, Alan García, e o futuro governante do México, Felipe Calderón, eleito recentemente sob suspeitas de fraude.
Publicado 25/09/2006 09:31
Chávez afirmou que essa incompatibilidade pessoal não significa que as relações com os dois países serão rompidas ou não possam continuar a se desenvolver normalmente, sobretudo no plano econômico. Ele explicou que tanto Calderón como García utilizaram sua imagem de maneira ridícula para atacar seus oponentes progressistas (Ollanta Humala, no caso peruano, e Andrés Manuel López Obrador, no mexicano).
“Como o presidente do México vai querer agora que tenhamos boas relações no plano pessoal ou político? Isso é impossível, porque ele as rompeu antes de ser eleito presidente”, disse Chávez.
Desavenças
O governante lembrou que as autoridades eleitorais mexicanas proibiram peças de propaganda de Calderón que usavam sua imagem de maneira “grosseira”. O venezuelano aplica o mesmo raciocínio à García, que, segundo Chávez, chegou a afirmar que o presidente venezuelano se divorciou de Marisabel Rodríguez porque lhe batia.
Chávez citou declarações de García quando ganhou as eleições: “Aqui há um grande derrotado: o tirano do Caribe (ou seja, eu)”. O presidente venezuelano acrescentou que, pouco depois, García tentou minimizar essas afirmações, dizendo que pertenciam ao passado e que já tinham sido esquecidas.
“Esquecer, eu? Não. Se lá não há dignidade, aqui há”, disse. Chávez afirmou também que isso não vai levar a uma ruptura de relações. “Continuaremos mantendo relações comerciais com o Peru; temos relações profundas com esse povo irmão, e há um movimento indígena e sindical que esteve a ponto de chegar à Presidência. Acho que foi vítima de fraude”, afirmou.