Chávez: boa relação com Calderón e Alan García é impossível

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse neste domingo (24/9) que é impossível manter uma relação cordial com o presidente do Peru, Alan García, e o futuro governante do México, Felipe Calderón, eleito recentemente sob suspeitas de fraude.

Chávez afirmou que essa incompatibilidade pessoal não significa que as relações com os dois países serão rompidas ou não possam continuar a se desenvolver normalmente, sobretudo no plano econômico. Ele explicou que tanto Calderón como García utilizaram sua imagem de maneira ridícula para atacar seus oponentes progressistas (Ollanta Humala, no caso peruano, e Andrés Manuel López Obrador, no mexicano).



“Como o presidente do México vai querer agora que tenhamos boas relações no plano pessoal ou político? Isso é impossível, porque ele as rompeu antes de ser eleito presidente”, disse Chávez.



Desavenças
O governante lembrou que as autoridades eleitorais mexicanas proibiram peças de propaganda de Calderón que usavam sua imagem de maneira “grosseira”. O venezuelano aplica o mesmo raciocínio à García, que, segundo Chávez, chegou a afirmar que o presidente venezuelano se divorciou de Marisabel Rodríguez porque lhe batia.



Chávez citou declarações de García quando ganhou as eleições: “Aqui há um grande derrotado: o tirano do Caribe (ou seja, eu)”. O presidente venezuelano acrescentou que, pouco depois, García tentou minimizar essas afirmações, dizendo que pertenciam ao passado e que já tinham sido esquecidas.



“Esquecer, eu? Não. Se lá não há dignidade, aqui há”, disse. Chávez afirmou também que isso não vai levar a uma ruptura de relações. “Continuaremos mantendo relações comerciais com o Peru; temos relações profundas com esse povo irmão, e há um movimento indígena e sindical que esteve a ponto de chegar à Presidência. Acho que foi vítima de fraude”, afirmou.