Nicarágua: Congressista americano prega voto contra Ortega

Depois de agitar os fantasmas da guerra e do bloqueio imposto por Washington contra a Revolução Sandinista (1979-1990), Burton ameaçou: “Um governo como o de Ortega colocaria em perigo as relações da Nicarágua com toda a região, inclusive com os Estados Unidos”.

Encontro com os “contras”

Durante sua estadia em Manágua, o congressista americano reuniu-se com os candidatos presidenciais Eduardo Montealegre, da Aliança Liberal Nicaraguiense (ALN, conservadora), e Edmundo Jarquín, do Movimento de Renovação Santinista (MRS, uma dissidência da FSLN). Manteve encontros também com antigos chefes dos “contras”, bandos contra-revolucionários que na década de 80 combateram o governo sandinista com apoio logístico dos EUA.

Observadores estimam que a segunda viagem do político republicano à Nicarágua neste ano constitui uma escalada na ingerência de Washington na campanha para as eleições presidenciais. Antes das declarações, porém, Ortega menosprezou a influência da visita sobre o eleitorado noicaraguense.

O líder sandinista, a 42 dias da eleição, continua à frente nas pesquisas. Ele cinclamou Burton a promover a reconciliação e respeitar os esforços que a FSLN faz neste sentido. “Um país reconciliado sim, tem futuro”, afirmou Orterga.

Além de Montealegre, Jarquín e Ortega, concorre à presidência José Rizo, do Partido Liberal Constitucionalista (PLC), e Éden Pastora, da Alternativa pelo Câmbio (AC).