Kirchner defende o fim da reeleição na Argentina

Como já defendeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o argentino Néstor Kirchner está convencido de que seu país também deve abandonar o modelo de reeleição e aumentar o mandato presidencial. Na Argentina, as eleições serão em outubro de 2007, um ano

Em 1994, o mandato presidencial foi reduzido de seis para quatro anos, com possibilidade de reeleição. Foi um acordo entre situação e oposição, representadas na época pelo então presidente Carlos Menem e o ex-presidente Raúl Alfonsín. Kirchner poderá ser o segundo a se reeleger desde então. O primeiro foi o próprio Menem.



A idéia seria fazer a modificação – que exige uma reforma da Constituição – no próximo mandato. Em visita a Nova York na semana passada, o presidente tratou do tema com assessores, de acordo com a imprensa argentina.



Para o presidente, cinco ou seis anos seriam o ideal. Kirchner, porém, pensa diferente quando o assunto é a reeleição de governadores e prefeitos.



Efeito “CFK”
Há um ingrediente especial que apimenta a corrida para a Casa Rosada: a continuidade do domínio kirchnerista pode acontecer não com o presidente, mas com a primeira-dama.



Há especulações sobre uma possível doença de Kirchner ou ainda de um simples desejo seu de não concorrer outra vez.



Cristina Fernández de Kirchner (ou “CFK”, como gosta de escrever a imprensa local), é a primeira mulher de um presidente argentino a ter carreira política própria. Advogada, cumpre seu terceiro mandato como senadora. Foi deputada federal e ainda atuou como constituinte em 1994.



Nas pesquisas de intenção de voto para 2007, em um cenário sem Kirchner, ela aparece em primeiro lugar – mas com desempenho pior do que o dele, que seguramente venceria em primeiro turno se as eleições fossem hoje. Em estudo recente, porém, segundo o jornal “Clarín”, Cristina já supera o desempenho do marido entre os eleitores de Buenos Aires.



Conhecida por seu gosto pelas jóias e roupas caras, Cristina também é alvo de piadas pelas aplicações de botox. No mês passado, na seção de humor “Metamorfose”, do jornal “Perfil”, foi mostrada se transformando no presidente Lula, que também utilizou a técnica.



Na semana passada, esteve com Kirchner em Nova York, mas com agenda própria. Deu palestra para alunos de ciência política na Universidade Columbia e disse que não lhe incomoda ser chamada de “populista”. Também concedeu entrevistas (coisa que não faz na Argentina) e criticou o capitalismo.