Censura: PSDB e PFL querem proibir CUT de noticiar eleições

O bloco conservador vira-se mais uma vez contra os movimentos sociais – um dos setores mais comprometidos com a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na quinta-feira (05/10), a coligação PSDB-PFL, do presidenciável tucano Geraldo Alckmin, pro

Sentindo a imensa a aversão dos movimentos a Alckmin, os partidos fazem dois pedidos absurdos ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral): 1) que investigue se houve abuso de poder econômico por parte da entidade; e 2) que conceda liminar determinando que a CUT retire notícias relativas à campanha presidencial de seu site – o Portal do Mundo do Trabalho.


 


“Esperamos que o TSE tenha uma posição clara, garantindo ao portal e aos demais veículos de comunicação da CUT o direito a informar o que foi o governo do PSDB-PFL e o que é o governo do presidente Lula”, declarou Artur Henrique, presidente nacional cutista. “Neste momento em que existem dois projetos em disputa, é fundamental esclarecer a base. Este é um papel da central.”


 


Na opinião de Artur, a tentativa de censura é fruto de um esforço maior – “uma articulação por parte da grande mídia, abertamente contrária à candidatura do campo democrático e popular”. Nesse sentido, a entidade alerta o TSE a defender a lisura das eleições. “Há uma campanha descarada por parte de setores da imprensa no sentido de manipular a opinião pública, com mentiras e desinformações em favor da candidatura tucana”, acusou.


 


A truculência direitista
Na realidade, os veículos cutistas não estão sonegando informações nem distorcendo dados, aponta Rosane Bertotti, secretária nacional de Comunicação da CUT. “Na página da internet e nos seus programas de rádio e televisão” – diz Rosane – “a entidade está apenas comunicando fatos públicos, informações que interessam aos trabalhadores e à sociedade brasileira”. De acordo com a secretária, essas notícias “contribuem para uma melhor definição neste momento em que encontram-se em disputa duas perspectivas antagônicas”.


 


Na avaliação da CUT, o pedido por si só é uma truculência – uma vez que as notícias veiculadas têm por único objetivo esclarecer as posições de cada um dos candidatos, bem como as reações dos movimentos sindical e social quanto às suas propostas. Com o pedido, PSDB e PFL vão na contramão da liberdade de imprensa, tentando cercear qualquer reflexão mais crítica.


 


“A CUT juridicamente é uma associação e, como tal, não recebe contribuições compulsórias – como foi alegado na ação proposta pelo PSDB-PFL – e sim mensalidades voluntárias pagas pelas entidades filiadas”, afirma o advogado Ericson Crivelli. Segundo ele, “querer impedir a livre manifestação da CUT seria admitir que a justiça eleitoral pudesse também cercear a liberdade de manifestação das ONGs na sociedade, o que é inteiramente descabido”.


 


Da Redação, com agências
e Portal do Mundo do Trabalho