UNE e Ubes lançam campanha “Alckmin Não”

A disputa no segundo turno das eleições foi o principal tema em debate durante a reunião da diretoria executiva da UNE (União Nacional dos Estudantes), realizada nesta quinta-feira (05/10), em São Paulo (SP). Diante do quadro eleitoral, os diretores discu

De forma consensual, foi reafirmada a resolução do último Congresso Nacional de Entidades de Base (Coneb), realizado em abril deste ano, em Campinas. O documento, aprovado pelos mais de 5 mil estudantes presentes, diz que o posicionamento da UNE no processo eleitoral em curso é claramente contra a volta da direita ao poder. A postura da entidade no primeiro turno das eleições já havia sido de repúdio à tentativa de retorno dos setores conservadores.


 


Das quatro candidaturas mais votadas, Geraldo Ackmin foi o único a quem a entidade não apresentou o “Projeto UNE Brasil” – conjunto de propostas com as bandeiras do movimento estudantil para o próximo período. A razão é que o projeto de campanha do tucano está em discordância com as reivindicações dos estudantes ao propor a volta da Área de Livre-Comércio das América (Alca), das privatizações e o ataque às universidades públicas.


 


“Alckmin Não!”
Com base na resolução do Coneb, os diretores aprovaram uma campanha nacional -uma grande ofensiva em todos os estados para mobilizar os estudantes e a sociedade e barrar a possibilidade de vitória do candidato Geraldo Alckmin. “Como em todos os principais acontecimentos políticos do país, é necessário que os movimentos sociais tomem posição. A UNE tem lado nessas eleições. Nosso lado é contra a volta do projeto de desmonte do Estado brasileiro levado adiante pela direita durante oito anos”, avaliou o presidente da UNE, Gustavo Petta.


 


“Temos a clara convicção de que este não é o projeto de nação que queremos construir, com mais igualdade social, melhorias na Educação e mais investimento em áreas sociais”, completou o dirigente. O próximo passo da campanha “Alckmin Não!” será organizar as coordenações nos Estados. Os presidentes das Uniões Estaduais dos Estudantes (UEEs) e os diretores da UNE serão os responsáveis por fazer o movimento ganhar corpo dentro das universidades e junto à população. Adesivos, panfletos, cartazes e camisas vão reforçar o aparato “Anti-Alckmin”.


 


Uma das principais iniciativas será promover um ciclo de debates nas instituições de ensino superior, com a participação de intelectuais da esquerda, como o sociólogo Emir Sader e a filósofa Marilena Chauí. A proposta é ampliar a visão sobre as conseqüências do retorno de um projeto neoliberal. “Junto com a UNE, vamos barrar mais essa tentativa da turma do FHC de implantar o seu neoliberalismo no Brasil e impedir o retrocesso de um avanço conquistado nesses últimos anos, principalmente nas áreas sociais”, disse o presidente da UEE-SP, Augusto Chagas.


 


Clareza e convicção
A vice-presidente da UNE, Louise Caroline, explica que o objetivo é esclarecer para a população o que significa o retorno da dobradinha PSDB-PFL. “É clara para a gente a grande diferença de propostas entre as candidaturas. A direita já provocou estragos no Brasil e nós não vamos ficar parados esperando que eles voltem, privatizem tudo e governem para apenas 10%. É fácil listar as ações dessa turma. Só em São Paulo, temos a crise das Febems e da segurança pública, gerada pelo mesmo candidato que hoje quer ser presidente”, ressaltou.


 


A diretoria executiva da Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) também se reuniu na 1uinta-feira, em São Paulo, e aprovou, consensualmente, estar ao lado da UNE na campanha “Alckmin Não”. Segundo o presidente da entidade, Thiago Franco, os estudantes secundaristas também formarão nos próximos dias coordenações estaduais para organizar o movimento dentro das escolas.


 


“Vamos levar ao conhecimento dos estudantes o atraso que significará eleger um representante da direita conservadora para governar o país”, afirmou Thiago. “Queremos mostrar que principalmente nós, estudantes do ensino médio, seremos os mais prejudicados por uma política que não preza a democratização do ensino superior.”