Contee e Conam estão com Lula; Força Sindical fica neutra

Mais entidades estão se posicionando a respeito do segundo turno das eleições presidenciais. Na disputa entre o tucano Geraldo Alckmin (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Força Sindical resolveu, em plenária, liberar o apoio a qualquer candidato

Confira as notas emitidas pelas entidades.


 


A  Contee e o segundo turno


 


A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), entidade nacional que aglutina e organiza milhares de trabalhadores da educação em todo o País, não poderia ficar alheia à disputa eleitoral de 2006. O 6.º Conatee, que no mês de julho, em Brasília, reuniu cerca de setecentos delegados, destacou a importância de a Confederação se orientar pelos desafios que a luta de classes coloca para a defesa e o avanço dos trabalhadores em cada momento histórico.


 


A Contee, como entidade protagonista na elaboração e implementação de um novo projeto educacional, considera que tal não é possível se não for acoplado a um novo projeto de Nação e a uma nova política econômica de orientação desenvolvimentista e de valorização do trabalho. Neste sentido, a questão eleitoral é crucial.


 


Diante do quadro do segundo turno das eleições presidenciais, a CONTEE manifesta seu apoio à candidatura Lula. Este apoio fundamenta-se na compreensão de que é necessário ter clareza das forças que encontram-se em disputa. É preciso organizar o combate contra o retorno do neoliberalismo em nosso País.


 


A direita brasileira vem apresentando, através de seus porta-vozes, um programa cujos aspectos centrais são: reforma trabalhista, que retire direitos dos trabalhadores; retomada das privatizações; retomada das negociações com os EUA para a criação da Alca; privatização de todos os bancos estaduais; adoção da política de déficit nominal zero; redução de despesas obrigatórias em áreas como Saúde e Educação.


 


Neste quadro, a candidatura Alckmin representa o retrocesso neoliberal – restrições democráticas e o entrelaçamento a interesses internacionais que visam manter a dependência econômica, política e ideológica de nosso País.


 


Já a vitória de Lula aponta para a possibilidade de superação da política neoliberal. O conjunto de iniciativas de sentido progressista mostra as potencialidades de uma nova gestão de Lula. A orientação da política externa, cuja maior expressão foi a interrupção da agenda de implementação da Alca e o revigoramento do Mercosul, sem dúvida, fortalece a integração regional e soberana em detrimento das intenções neocolonialistas estadunidenses. Os investimentos sociais para a diminuição da pobreza e geração de renda, o apoio à agricultura familiar, a reestruturação do setor elétrico, o fortalecimento da Petrobras, entre outras medidas, contribuem para gerar novos empregos e melhorar a distribuição de renda.


 


Quanto a política educacional, avaliamos que, embora insuficientes, significativos avanços foram conseguidos. É notável a ação do MEC no fortalecimento do papel do Estado na regulação e supervisão da educação nacional. Este fato fica claro no processo de expansão das universidades federais; no processo de discussão da reforma da Educação Superior, que teve uma ampla participação da sociedade civil, em especial os movimentos educacionais. O resultado foi o PL 7200/06, embora aquém de nossas expectativas, avança em relação a realidade atual. Na educação básica, o envio para o Congresso do projeto do Fundeb representa a intenção de uma ampliação significativa de recursos para a educação.


 


Entendemos ser necessário que os movimentos sociais do campo democrático e popular, através de suas entidades representativas como a CUT, a UNE, a Marcha Mundial de Mulheres, a CMP, entre outras, se unam para derrotar as forças representativas do neoliberalismo, trabalhando pela vitória eleitoral de LULA.


 


Portanto, conclamamos os dirigentes de nossas entidades filiadas a engajar-se neste segundo turno das eleições visando influenciar os rumos da disputa e derrotar as forças do grande capital.


 


Brasília, 4 de outubro de 2005
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino – CONTEE


 


 


RESOLUÇÃO: CONAM e o 2º turno das eleições presidenciais.


 


Considerando a importância do 2º turno das eleições presidenciais e a disputa de projetos políticos que o processo apresenta, a Diretoria da CONAM aprova a seguinte resolução:


 


1. O 2º turno das eleições presidenciais no Brasil, está sendo disputado por dois projetos políticos antagônicos: um de caráter popular, democrático, de defesa da soberania nacional e de valorização das forças produtivas representado pela candidatura Lula. O outro projeto de caráter conservador e elitista, de alinhamento político aos interesses neoliberais, de subserviência aos interesses imperialista dos EUA, de repressão e criminalização dos movimentos sociais representado pela candidatura Alckmin que representa um projeto derrotado em 2002 com FHC, os tucanos e o PFL.


 


2. A candidatura Lula representa o avanço na construção de uma política de desenvolvimento econômico e social que permitirá maior geração de emprego e renda articulada com maior investimento em políticas sociais que garantam o direito da população à moradia, saúde, educação, saneamento, transporte publico de qualidade, esporte, cultura, lazer, políticas publicas para a juventude, para as mulheres, para a população negra e indígena. Além disso, a garantia de que a construção dessas políticas continuarão a ser elaborados em processo de participação popular como as conferencias realizadas ao longo do primeiro mandato que envolveu milhões de brasileiros (as) nas etapas municipais, estaduais e nacionais. Também a candidatura Lula representa a continuidade de uma política contra a ALCA, de alternativa a política imperialista e neoliberal dos EUA e do G7 em contrapartida Lula busca fortalecer o Mercosul integrando os paises da América Latina, da África, do Oriente Médio e de paises em desenvolvimento.


 


3. Já a candidatura conservadora representa o retorno à ALCA; ao neoliberalismo; às privatizações; ao desemprego; a desvalorização dos salários; o sucateamento dos serviços públicos; à ausência de políticas publicas de Reforma Urbana e Agrária, o crescimento de bolsões de miséria nas grandes cidades, a ausência de perspectivas para a juventude levando-os ao caminho da miséria e do crime organizado como acontece em S.P., a criminalização e a violência contra os movimentos sociais organizados no campo e na cidade e o retorno da turma de FHC e de ACM ao centro do poder político nacional.


 


4. Compreendendo a autonomia, a pluralidade, o grau de unidade política e de ação da nossa entidade como instrumentos fundamentais na construção de um movimento comunitário cada vez mais fortalecido e de grande papel na luta política e social do Brasil. Compreendendo o papel da CONAM de articular, defender os interesses e representar Federações Estaduais e Uniões Municipais em 24 estados e no D.F., representando assim mais de 20.000 associações de moradores e a população que vive nos bairros e favelas dessas comunidades; a Diretoria da CONAM, seguindo um histórico de compromisso, combatividade e de luta em defesa do Brasil e do nosso povo delibera:


 



  •  Apoio à reeleição do presidente Lula como instrumento de construção de um Brasil soberano com: desenvolvimento econômico, geração de emprego, distribuição de renda, universalização dos direitos sociais, democracia com participação popular, combate a discriminação e as desigualdades sociais.

 



  •  Que o apoio será em forma de: manifestações publicas realizadas em conjunto com amplos setores organizados da sociedade brasileira e no papel de milhares de lideranças comunitárias que debaterão junto a população que habita os bairros em que nossas lideranças atuam, conscientizando e mobilizado a população para esse importante processo eleitoral e mostrando-lhes qual o seu significado.

 


São Paulo, 09 de Outubro de 2006.


 


 


Plenária da Força Sindical decide liberar apoio no 2° Turno das eleições


 


Em plenária realizada hoje (10/10) na sede da Força Sindical, em São Paulo, a diretoria executiva da Central decidiu liberar o apoio dos sindicalistas para os candidatos à presidência da República no segundo turno.


 


Os sindicalistas aprovaram ainda, uma carta aberta que será entregue aos dois candidatos à Presidência da República, reivindicando uma nova ordem econômica capaz de promover o crescimento econômico, a geração de emprego e a distribuição de renda.


 


Ainda de acordo com o documento, é necessário a ampliação e democratização do Conselho Monetário Nacional, reforma tributária, política de recuperação do salário mínimo, redução da jornada de trabalho, reforma sindical e trabalhista, qualificação profissional e a regularização da terceirização, do trabalho aos domingos e recuperação do poder de compra dos aposentados.