Lula compara Alckmin a “delegado” que “só sabe privatizar”

O presidente-candidato Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição (PT-PCdoB-PRB), comparou o seu adversário Geraldo Alckmin (PSDB-PFL) a um  “delegado de porta de cadeia”, que “só sabe privatizar”. O desabafo, em entrevista às Rádios Bandeirant

Lula taxou de “pequenez” a promessa de privatizar o avião, feita por Alckmin no debate deste domingo (8) na TV Bandeirantes. “A única coisa que ele (Alckmin) sabe fazer é vender coisas. O PSDB não devia ser candidato a nada. Devia ser candidato a uma empresa de vender empresas estatais para pagar dívida que eles mesmos contraíram”, comentou.



O presidente lembrou que o avião é patrimônio do país e não dele e que “só um maluco acha que (o presidente) pode viajar de avião de carreira”. Segundo ele, o avião utilizado anteriormente, o “Sucatão”, não tinha condições de continuar operando.



“Me deixa irritado”



“Quando vejo alguém querer ser candidato a presidente do Brasil agir com a pequenez que ele agiu, me deixa irritado”, disse. “Acho que a pequenez demonstra o despreparo dele, a falta de visão dele (de Alckmin).”



Lula repetiu a comparação feita na véspera, entre a atitude de Alckmin no debate e a de “um delegado de porta de cadeia”. “Eu pensei que não estava na frente de um candidato. Eu pensei que estava na frente de um delegado de porta de cadeia”, disse o presidente. O comportamento do tucano no debate foi visto como agressivo.
Lula observou que a aquisição do avião, assim como a reforma do Palácio da Alvorada, foram feitas pelo bem do patrimônio público. Sobre o Alvorada, por exemplo, disse que havia muitas “gambiarras” no sistema elétrico. “Isso é patrimônio público, não é meu.”



“Fazem barulho mas acabam votando”



Apesar dos ataques de Alckmin no debate da Band, Lula disse na entrevista que não vê dificuldades em conciliar forças políticas, mesmo de oposição, para votar projetos no Congresso Nacional em um eventual segundo mandato. Ele refutou possíveis problemas de governabilidade numa segunda gestão.



“Não existe essa história de dificuldade de você montar parceria no Congresso Nacional, até porque o povo já se manifestou, ele elegeu as pessoas, elas estão aí”, declarou. “Você tem partido que quer trabalhar com o governo e tem partido que quer ser contra o governo… tem muita gente do PSDB que votou projeto do governo. Aliás, eu diria que na Câmara a maioria (votou)… às vezes fazem mais barulho, menos barulho, mas acabam votando.”



Indagado se pretende compor forças com políticos controversos, como o recém-eleito deputado federal Paulo Maluf (PP), Lula disse apenas que “o presidente da República não se compõe com A ou com B, nós compomos com a maioria no Congresso Nacional”.



“Eu quero saber o conjunto da obra”



Sobre o “dossiê Serra”, o presidente-candidato reafirmou que espera investigação total do caso e, principalmente, da origem do dinheiro. E voltou a afirmar que sua candidatura foi a grande prejudicada no episódio.



“Eu quero saber o conjunto da obra, porque se tem uma pessoa que foi prejudicada por isso fui eu, não foram meus adversários… Quero saber quem arquitetou isso”, afirmou, acrescentando que, “o Brasil tem uma cultura de ter uma política assim, lamentavelmente tem.”



Ele voltou a defender a ação da Polícia Federal.”O presidente da República não investiga, não julga, o presidente da República não prende, o presidente da República espera que a polícia haja com a sabedoria que ela tem.”



Com agências