Miranda Muniz (PCdoB/MT): O significado da opção do Governador Blairo Maggi
Miranda Muniz, Presidente Estadual do PCdoB/MT, analisa o significado da decisão do Governador Blairo Maggi em apoiar a reeleição do Presidente Lula, anunciada no último dia 11, em audiência ocorrida em Brasília.
Publicado 14/10/2006 01:05 | Editado 04/03/2020 16:49
No último dia 11, o Governador Blairo Maggi anunciou, em Brasília, seu apóio à reeleição do Presidente Lula. A primeira vista, essa decisão pode ser encarada como apenas “mais um apoio de um governador de um Estado periférico, sem muita expressão no cenário político nacional.” No entanto, a opção de Blairo tem outros significados, tanto no presente como no futuro. O primeiro, do ponto de vista eleitoral, é que tal apoio não se restringe apenas a figura do Governador. Significa uma aproximação do Governo Lula com esse importante setor econômico (que representa cerca de 36% do PIB) – o chamado “agronegócio” -, tanto de Mato Grosso como de outros estados da federação, em especial da região sul, o qual teve posição bastante hostil ao Presidente durante o 1º turno. Isso significa que agora, no 2º turno, Lula pode virar o placar Na realidade, essa aproximação expressa um “reconhecimento” das ações e incentivos que o Governo Lula tem direcionado ao agronegócio, a par da “chiadeira” natural desse setor. Uma análise desapaixonada quanto à política para o setor, vai constatar saldo positivo para o atual governo em relação ao governo do tucanato. Ademais, uma submissão a ALCA, como prega vergonhosamente Geraldo, é um péssimo negócio para a agricultura e pecuária, mesmo a do agronegócio. Já no cenário estadual, também pode significar uma aproximação do Governador com os partidos mais “a esquerda” podendo, eventualmente, evoluir para uma participação direta do PT e PCdoB no futuro governo de Blairo e, consequentemente, “um chega pra lá” na turma do PFL (falei chega pra lá e não exclusão!), sepultando de vez o sonho (ou pesadelo) da volta dos “Campos” (no caso Jayme) ao comando do Estado em 2010. No campo partidário, aponta para o começo do desastre da posição conservadora adotada por Roberto Freire em apoiar o tal Geraldo. Especificamente aqui no Estado, com a iminente saída do Governador do PPS, esse partido ficará restrito a alguns “gatos pingados”, sem nenhuma expressão eleitoral, devendo perder todos os deputados eleitos, prefeitos, vereadores e lideranças que, certamente, seguirão com o Governador para outra sigla, provavelmente o PSB do atual Ministro Ciro Gomes. Muito além dos “compromissos assumidos em prol do Estado” (renegociação de dívidas, conclusão de estradas, avanço da ferrovia, mudanças no câmbio, etc), tônica dos noticiários da grande mídia, a opção de Blairo Maggi teve caráter eminentemente político. Só não viu quem não quis ver. Parabéns Governador, pela sábia e oportuna decisão!