Messias Pontes: Tucano brasileiro é ave de rapina

Na fauna política brasileira está para aparecer uma ave mais predadora que o tucano. É a ave de rapina mais perigosa que se tem notícia desde a proclamação da República.

A sua voracidade destruidora foi aguçada a partir de l987, aqui no Ceará, quando Tasso Jereissati, o mais emplumado, começou o desmonte do Estado com a extinção da Comissão Estadual de Planejamento Agrícola (CEPA), órgão que contava com o que havia de mais avançado em termos de planejamento agrícola em todo o Nordeste; logo em seguida foi a vez da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Ceará (EPACE), referência nacional no setor; depois as garras predadoras do tucano acabaram com a Companhia de Desenvolvimento Agropecuário (CODAGRO), destruindo de vez com a agricultura cearense. Foi nesse período que ele também deu fim ao Banco de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Bandece).


 


Mas a ação predadora do tucano-mor cearense não parou por aí. Ao retornar ao governo do Estado em 1995, ele deu prosseguimento ao desmonte do Estado com a extinção da Imprensa Oficial do Ceará (IOCE), favorecendo, assim, as grandes gráficas que cobram um preço muito alto pela impressão de todo o material de expediente e do Diário Oficial do Estado e do Poder Judiciário. Não satisfeito, Tasso vendeu a Coelce depois de elevar a tarifa de energia e gastar muito dinheiro com o chamado Plano de Demissão Voluntária (PDV) e assim torná-la mais atrativa para a venda.


 


Mas o pior é o que fez com o Banco do Estado do Ceará (BEC) que recebeu do seu antecessor Ciro Gomes completamente saneado. Em menos de oito anos Tasso destruiu esse grande patrimônio do povo cearense, tendo de federalizá-lo para cobrir o rombo de mais de R$ 900 milhões dado por seu homem de confiança José Monteiro Alencar. Hoje, os mais de 120 mil servidores do Estado – ativos e inativos – e os demais clientes do antigo BEC, pagam taxas altíssimas ao Bradesco que o comprou. O Banco do Nordeste só não foi totalmente destruído por falta de tempo. Mas o afilhado político de Tasso, Byron Queiroz, deixou um rombo de R$ 6 bilhões.


 


Espelhado no predador cearense e seguindo a orientação do Consenso de Washington, o Coisa Ruim destruiu mais de 70% do patrimônio nacional, inclusive empresas estratégicas para o nosso desenvolvimento. Se não bastasse, golpeou profundamente a soberania nacional com a sua política de submissão ao império do Norte. Isso sem falar na institucionalização da corrupção no Brasil, a mais desbragada de toda a nossa história.


 



Mesmo negando, o candidato tucano Geraldo Alckmin está na disputa pela Presidência da República pensando em entregar o restinho do que sobrou, como a Petrobrás, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, o BNB, o BASA, os Correios, a Eletrobrás, Furnas, a Base de Alcântara e a própria Amazônia. Por mais que neguem, a maioria não acredita mais, pois sabe que o DNA tucano é privatista. No debate da Band, o Geraaaaaldo disse que não privatizaria nada, mas logo se traiu dizendo que a primeira coisa que faria era vender o “Aerolula”.


 


Na manhã de ontem, em declaração ao portal Terra, o Coisa Ruim disse ser favorável à privatização da Petrobrás e do Banco do Brasil, e defendeu a “privataria” levada a cabo no seu desgoverno, principalmente a da Vale do Rio Doce. E agora, Geraaaaaaaaaaldo, vai continuar negando que tucano não é ave de rapina? E agora, deputado João Jaime, ainda tem coragem de dizer que o cearense que votar no Lula não tem vergonha na cara? Vocês, tucanos predadores, deveriam ter respeito pelo povo e também saber perder.


 


Messias Pontes é dirigente do PCdoB/Ce e jornalista