Comissão Política do PCdoB/BA define participação no governo Wagner
Reunida nesta quarta-feira (15/11), a Comissão Política Estadual do PCdoB/BA fez uma análise dos resultados eleitorais do pleito de 2006, discutiu a política estadual após
Publicado 16/11/2006 16:15 | Editado 04/03/2020 16:21
O presidente estadual do PCdoB, Péricles de Souza, apresentou, na abertura da reunião, elementos da análise realizada na última reunião da Comissão Política Nacional. Péricles destacou que a vitória de Lula no segundo turno é um resultado favorável à esquerda na polarização que ocorreu e uma derrota eleitoral, política e ideológica dos tucanos. E vai além, analisa que o novo governo Lula tem perspectiva de ser um governo de coalizão de centro-esquerda, sem hegemonismo e com condições de se acentar em convicções mudancistas mais fortes, citando como exemplo que a idéia do estado como indutor do desenvolvimento foi consolidada nos debates da campanha eleitoral e na proposta de programa de governo do candidato Lula. Presente à reunião, Haroldo Lima, diretor geral da ANP reforçou a idéia de que a necessidade da retomada do desenvolvimento do Brasil ganhou força na campanha eleitoral, mas que o caminho dessa retomada está ainda por ser demarcado. Haroldo abordou ainda o poder da mídia na batalha político-eleitoral recente.
As ações definidas pela Comissão Política para o enfrentamento da questão da cláusula de barreira também foram informadas por Péricles na reunião.
O debate sobre os resultados eleitorais na Bahia foi retomado na reunião pelo secretário estadual de Organização, Davidson Magalhães relacionando os resultados com os projetos do Partido no Estado. A discussão sobre esse tema é uma continuidade do debate ocorrido em reunião realizada logo após o primeiro turno das eleições e com o impacto da vitória recente de Wagner.
Fruto dos debates em âmbito estadual, a Comissão Política considerou que a vitória de Wagner tem grande significado no rumo da derrota estratégica do grupo carlista (do senador Antonio Carlos Magalhães), que não só teve derrotados os seus candidatos para governador e senador como reduziu a sua bancada de deputados estaduais e federais. A perda da prefeitura de Salvador, do governo do Estado e possivelmente da maioria na Assembléia Legislativa, além do movimento de adesão de antigas bases ao governador eleito, o grupo carlista caminha para o isolamento político. Esse caminho foi consolidado com a vitória estrondosa de Lula no segundo turno na Bahia que ganhou a eleição em 415 dos 417 municípios baianos, alcançando quase 80% dos votos no Estado.
Considerou-se que o PCdoB alcançou as metas eleitorais com a recondução de Alice Portugal e Daniel Almeida à Câmara Federal e de Álvaro Gomes, Edson Pimenta e Javier Alfaya para a Assembléia Legislativa. Além disso, Edson Pimenta é o candidato a deputado estadual do PCdoB mais votado em todo o Brasil (mais de 85 mil votos) e ainda que não eleitos candidatos e candidatas do PCdoB obtiveram expressiva votação reforçando líderes e projetos regionais.
Dessa forma, a meta foi alcançada ainda que a tentativa de ampliar para quatro a presença do PCdoB na Assembléia não tenha acontecido.
A análise da votação obtida pelo Partido revelou, de acordo o secretário estadual de Organização, que os votos dados aos candidatos estão principalmente vinculados aos municípios onde existem Comitês do Partido estruturados.
A reunião no turno da tarde analisou, a partir de informação do presidente estadual, Péricles de Souza, a participação do Partido no governo Wagner reforçando a integração na equipe de transição. O dirigente Nilton Vasconcelos informou sobre o desenvolvimento dos trabalhos da equipe de transição. Ele é o coordenador da comissão do PCdoB que integra a equipe de transição do governo Wagner. Além do nome de Nilton, o Partido indicou os nomes de Davidson Magalhães, Jorge Wilton, Everaldo Augusto, Olívia Santana e Renildo Souza, todos dirigentes estaduais do Partido.
Quanto à formação do governo estadual, o PCdoB pretende ter presença destacada na direção do projeto de mudanças na Bahia que tem à frente o governador eleito, além de defender a presença transversal em várias áreas do governo. O PCdoB deverá em breve ter novo encontro com o governador eleito para discutir a formação do governo.
As resoluções serão encaminhadas pelo Secretariado Estadual até a próxima reunião do Comitê Estadual a se realizar nos dias 2 e 3 de dezembro.