Mariano Freitas – Lula é uma aula

No texto de estréia de seu blog – cuja intenção é “abordar por ângulos diferentes assuntos e fatos que acontecem nos nossos dias e que a mídia e as pessoas analisam, muitas vezes, na nossa compreensão, de forma incompleta ou distorcida”&nbs

Lula é uma aula de tino e mira, quando acerta com o repasse de recursos do governo federal para os descamisados e quando calibra a velocidade da mudança da política externa.Quando institucionaliza o bolsa família e ganha adesão da massa dos eleitores da Direita(vide Collor/89) aumenta o meio circulante nas grandes periferias e pequenos municípios, cria uma sensação de euforia nos pobres, e  conquista o apoio do ramo dos pequenos negócios. Quando quita o “débito com FMI”, por um preço alto e um custo barato, pois por menor que fosse a escaramuça em direção a moratória da “dívida”, inviabilizaria não só  sua reeleição como todo o projeto que está em curso. A direita retomaria as ações de comando do planalto central.


 


A paga do FMI é acompanhada da abertura dos portos e aeroportos do Brasil para o mundo e a política externa de Bonifácio, Barão do Rio Branco, Santiago Dantas e agora do Ministro Celso Amorim ,transporta produtos brasileiros para todos os continentes. A América Latina começa a se unificar no campo das transações comerciais, nada tenebrosas, e este movimento Bolivariano muda a face ideológica desta área do planeta. A equipe mais íntima de Lula teve a clareza de que o gatilho teria que ser acionado com um contrôle milimétrico para não acossar o alvo, o capitalismo internacional e seus aliados ,instalados em todos os espaços de poder da nação brasileira, já que o próprio Lula sabia pela sua vida de negociador com os poderosos detentores do verdadeiro poder no Brasil que a caminhada teria que ser lenta. E mais, ela teria que ser controlada pela compreensão das diversas implicações que um movimento brusco desencadearia. Este tino o reelegeu e  o joga hoje num papel decisivo para toda a América não saxônica. O enfraquecimento da direita barbarizada no país dos irmãos do norte, o coloca sem dúvida como um peão estrtégico para o mundo e ele sabe e persegue isso. O rompimento, repito, á baixo custo com o FMI, foi a pérola de sua  estratégia, pois foi percebida pelos  países irmão do sul que a ruptura pode ser feita  sem sangue. Toda esta condução é de Lula? Não, a experiência não é o que se faz, é o que se faz com o que se fez. Em síntese, todos estes passos foram frutos dos avanços e recuos  dos lutadores sociais de nosso país, durante séculos. Lula estava na hora e no lugar certo para entender estes acúmulos e o seu segundo governo será dirigido não pelo que o planalto pensa mas pelo que o povo percebe como possível, sempre nessa mesma direção. Os pobres, pequenos e médios assalariados encontraram  um líder que  intuiu o roteiro da libertação, pacífico, com indepedencia e segurança. Mas a imensa massa de novos atores políticos que se incorporaram pela primeira vez neste processo eleitoral  e o reelegeram, também o ignorará, razão pela qual o segundo governo será muito melhor que o primeiro.


 



Fonte: http://marianoaraujofreitas.blog.terra.com.br