Siderúrgica: Cearenses aumentam pressão política

O processo de mobilização política do Ceará para garantir as condições de instalação de uma usina siderúrgica no Estado se amplia hoje com duas iniciativas programadas.

Dois movimentos programados para hoje, um em Brasília e outro no Rio de Janeiro, compõem as investidas do dia das forças cearenses na luta para reverter o quadro de dificuldades criadas nos últimos dias para viabilização da siderúrgica no porto do Pecém, em São Gonçalo do Amarante, distante de Fortaleza 65 quilômetros. Em Brasília, acontece o esperado encontro do coordenador da bancada do Ceará no Congresso, deputado federal Inácio Arruda (PCdoB), com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef. No Rio, representantes do governo estadual se encontram com diretores e técnicos da Petrobras.


 


A reunião entre Inácio e Dilma, que deve acontecer às 11 horas, no Palácio do Planalto, será uma chance do parlamentar, eleito senador pelo Ceará em outubro último, levar à ministra o sentimento da bancada de que teme ver o Estado prejudicado pela mudança de atitude da Petrobras quanto à garantia, que antes apresentara, de fornecimento do gás natural exigido pela instalação da refinaria no Pecém. A assessoria do comunista esclareceu que o restante da bancada não participará do encontro, ao contrário do que se informava até ontem.


 


Inácio e os demais componentes da representação cearense no Congresso, formada por mais três senadores e 21 deputados, têm encontro programado para depois da audiência dele com Dilma Rousseff. A partir de 14h30min os parlamentares do Ceará se encontram para analisar os resultados do encontro com a ministra e definir os passos a serem dados para garantir o empreendimento no Ceará.


 


Há uma expectativa de clima mais tenso para a reunião que acontecerá na sede da Petrobras, no Rio. Pelo governo cearense, seguem o secretário de Desenvolvimento Econômico, Régis Dias, o secretário-adjunto Alexandre Adolfo, o procurador-geral do Estado, Wagner Barreira, e o titular da Secretaria de Infra-estrutura, Luiz Eduardo Barbosa. Reforçam o grupo, ainda, representantes da Ceara Steel, empresa responsável pela implantação da siderúrgica no Ceará.


 


A Petrobras, que desde o começo da crise pouco tem se pronunciado oficialmente, mais uma vez foi econômica na divulgação de esclarecimentos sobre o encontro de hoje em sua sede. A assessoria de comunicação da empresa procurou minimizar a importância da reunião, anunciando, inclusive, que apenas técnicos participariam dela. Pelo grupo que encaminhou, no entanto, o governo quer dar caráter mais político à reunião.


 


Outra instância de pressão das forças cearenses está localizada na Assembléia Legislativa. A comissão de deputados estaduais criada em apoio à siderúrgica pretende ir mais fundo nas discussões sobre o empreendimento no Estado. O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, serão convidados para audiência pública que discutirá o assunto no próximo dia 6 de dezembro, em Fortaleza.


 


De acordo com o presidente da Assembléia, deputado Marcos Cals (PSDB), o objetivo da reunião com o presidente da Petrobras é saber a causa do rompimento do contrato, supostamente quebrado depois do anúncio do aumento do preço do gás, ocasionado pela crise do fornecimento do gás da Bolívia para o Brasil.


 


Fonte: O POVO