Siderúrgica: Cearenses aumentam pressão política
O processo de mobilização política do Ceará para garantir as condições de instalação de uma usina siderúrgica no Estado se amplia hoje com duas iniciativas programadas.
Publicado 28/11/2006 05:07 | Editado 04/03/2020 16:37
Dois movimentos programados para hoje, um em Brasília e outro no Rio de Janeiro, compõem as investidas do dia das forças cearenses na luta para reverter o quadro de dificuldades criadas nos últimos dias para viabilização da siderúrgica no porto do Pecém, em São Gonçalo do Amarante, distante de Fortaleza 65 quilômetros. Em Brasília, acontece o esperado encontro do coordenador da bancada do Ceará no Congresso, deputado federal Inácio Arruda (PCdoB), com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef. No Rio, representantes do governo estadual se encontram com diretores e técnicos da Petrobras.
A reunião entre Inácio e Dilma, que deve acontecer às 11 horas, no Palácio do Planalto, será uma chance do parlamentar, eleito senador pelo Ceará em outubro último, levar à ministra o sentimento da bancada de que teme ver o Estado prejudicado pela mudança de atitude da Petrobras quanto à garantia, que antes apresentara, de fornecimento do gás natural exigido pela instalação da refinaria no Pecém. A assessoria do comunista esclareceu que o restante da bancada não participará do encontro, ao contrário do que se informava até ontem.
Inácio e os demais componentes da representação cearense no Congresso, formada por mais três senadores e 21 deputados, têm encontro programado para depois da audiência dele com Dilma Rousseff. A partir de 14h30min os parlamentares do Ceará se encontram para analisar os resultados do encontro com a ministra e definir os passos a serem dados para garantir o empreendimento no Ceará.
Há uma expectativa de clima mais tenso para a reunião que acontecerá na sede da Petrobras, no Rio. Pelo governo cearense, seguem o secretário de Desenvolvimento Econômico, Régis Dias, o secretário-adjunto Alexandre Adolfo, o procurador-geral do Estado, Wagner Barreira, e o titular da Secretaria de Infra-estrutura, Luiz Eduardo Barbosa. Reforçam o grupo, ainda, representantes da Ceara Steel, empresa responsável pela implantação da siderúrgica no Ceará.
A Petrobras, que desde o começo da crise pouco tem se pronunciado oficialmente, mais uma vez foi econômica na divulgação de esclarecimentos sobre o encontro de hoje em sua sede. A assessoria de comunicação da empresa procurou minimizar a importância da reunião, anunciando, inclusive, que apenas técnicos participariam dela. Pelo grupo que encaminhou, no entanto, o governo quer dar caráter mais político à reunião.
Outra instância de pressão das forças cearenses está localizada na Assembléia Legislativa. A comissão de deputados estaduais criada em apoio à siderúrgica pretende ir mais fundo nas discussões sobre o empreendimento no Estado. O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, serão convidados para audiência pública que discutirá o assunto no próximo dia 6 de dezembro, em Fortaleza.
De acordo com o presidente da Assembléia, deputado Marcos Cals (PSDB), o objetivo da reunião com o presidente da Petrobras é saber a causa do rompimento do contrato, supostamente quebrado depois do anúncio do aumento do preço do gás, ocasionado pela crise do fornecimento do gás da Bolívia para o Brasil.
Fonte: O POVO