Angela Albino e Movimento de Mulheres pedem casa-abrigo
Aconteceu na tarde do dia 29 de novembro, na Câmara de Vereadores de Florianópolis, mais uma Audiência Pública, para discussão do possível “Projeto de Casa Abrigo para Mulheres Vítimas de Violência” que a Prefeitura Municipal intenciona implantar.
Publicado 05/12/2006 12:03 | Editado 04/03/2020 17:14
A Audiência Pública, chamada pela Vereadora Angela Albino (PCdoB), constava no calendário de atividades do dia 25 de novembro, pelo fim da violência contra a mulher e dos 16 dias de Ativismo.
As representantes das entidades que compõe o movimento de mulheres na região compareceram na expectativa de apreciar e contribuir para a construção deste possível projeto de casa abrigo que o poder executivo afirma possuir. Porém, tanto a Vereadora como as feministas, foram surpreendidas pela ausência de apresentação de qualquer projeto.
A Secretaria do Desenvolvimento Social, Sra. Rosimeri Berger, fez-se representar pela Sra. Fernanda, no entanto não veio projeto nenhum para ser apresentado, pois o mesmo não está concluído e só será disponibilizado publicamente depois de pronto, afirmou a representante da Prefeitura.
Houve uma grande indignação das presentes, segundo Angela Albino “nos interessa discutir o projeto, contribuir para sua elaboração, temos acumulo teórico e experiência de vida para oferecer na construção da Casa Abrigo, não nos interessa discutir a cor ou a textura das paredes”.
Jimena Furlani, Profa. da UDESC, trouxe uma contribuição por escrito, a partir dos estudos acumulados que possui, segundo ela, uma Casa Abrigo deve contemplar minimamente: equipe multidisciplinar par ao amplo atendimento que a mulher necessita quando chega até a Casa; a mesma deve ter endereço incerto e alternado de tempo em tempo; acomodações para abrigar as crianças que a mulher trará junto de si; capacitação para o mercado de trabalho e renda própria para quando sair da Casa ter condições de sobrevivência; recuperação da auto-estima e empoderamento.
Diversas militantes do movimento de mulheres se expressaram criticando a ausência do suposto projeto e, para Clair Castilhos, da Casa da Mulher Catarina, a Câmara de Vereadores de Florianópolis deve convocar (e não apenas convidar) a Secretaria do Desenvolvimento Social para que a mesma apresente-o para a sociedade interessada, não se pode manter em segredo um projeto do poder público.
Em virtude do recesso que se aproxima, a Profa. Teresa Kleba Lisboa (Serviço Social-UFSC), concordando com Clair Castilhos, diz que já possuímos uma atividade para a semana do 08 de Março de 2007: a discussão tão esperada deste projeto. Com a convocação da Câmara de Vereadores, talvez tenhamos a oportunidade de discuti-lo, se é que já não estará concluído como afirmou a representante da Secretaria do Desenvolvimento Social presente na Audiência Pública.
Para Simone Lolatto, da União Brasileira de Mulheres/SC, precisamos ver cumprida na prática a Lei Maria da Penha, 11.340/06, entretanto necessitamos de instrumentos previstos na Lei e que aqui em nosso Estado não dispomos: Casas Abrigos para as mulheres vitimas de violência, Centros de Referencia para tratar a questão da violência intra familiar e a Defensoria Pública (único estado do país que ainda não possui). Além dos Juizados de Violência que, de forma pioneira, o sistema judiciário já inaugurou 3 – em Jaragua do Sul, em Chapecó e em Florianópolis.
No próximo dia 11 de dezembro, segundo Valéria Cabral – Presidenta do CRESS/SC, acontecerá uma reunião dos movimentos de mulheres para discutir uma pauta de reivindicações de políticas públicas para o ano de 2007. O CRESS, entidade organizadora desse momento, estará chamando para participar a Sra. Rosimeri Berger, talvez lá poderemos ter acesso ao referido projeto, diz Valéria.
Carmen Leite, do Comitê Permanente de para a Igualdade de Gênero na Eletrosul, disse que a empresa já fez reuniões com a Secretaria Rosimeri Berger e estão dispostos a estabelecer uma parceria para a construção dessa tão importante e antiga reivindicação das feministas necessidade premente para a assegurar vida das mulheres.
Angela Albino, ao concluir a Audiência Pública, afirmou que é lamentável não ter a apreciação do projeto, que o poder executivo perde mais uma oportunidade de democratizar a discussão, concordou também com Clair Castilhos e Teresa Kleba em convocar a Secretaria do Desenvolvimento Social para apresenta-lo nas atividades do mês de Março/2007 e chamou a atenção para que a Eletrosul só subsidie ou estabeleça a parceria com a Prefeitura Municipal após a discussão do projeto com o coletivo dos movimentos de mulheres, uma vez que o mesmo pode ser um grande Franktein.
Com informações
Simone Lolatto
Assessoria do Mandato
da Vereadora Angela Albino (PCdoB)