PBH não quer passagem acima de R$ 2
O prefeito Fernando Pimentel (PT) disse terça-feira que as passagens de ônibus em Belo Horizonte não devem custar mais que R$ 2. Embora não tenha revelado o índice mais provável, informou que a reivindicação de 12,37% feita pelos empresários é exc
Publicado 27/12/2006 17:31 | Editado 04/03/2020 16:52
O prefeito Fernando Pimentel (PT) disse terça-feira que as passagens de ônibus em Belo Horizonte não devem custar mais que R$ 2. O reajuste, segundo ele, será inevitável, porque o último ocorreu há mais de um ano. Embora não tenha revelado o índice mais provável, informou que a reivindicação de 12,37% feita pelos empresários é excessiva e, por isso, pediu à BHTrans que fizesse novos cálculos. O novo valor pode ser divulgado até domingo, depois de um acordo entre o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setra) e o poder público.
Em 24 de novembro, o sindicato protocolou na BHTrans um estudo tarifário reivindicando a correção das passagens de R$ 1,85 para R$ 2,08. De acordo com o Setra, de janeiro a novembro a Câmara de Compensação Tarifária teve um déficit de R$ 24 milhões. Outra justificativa para o reajuste proposto pelo sindicato foi o aumento do salário dos rodoviários, entre outros insumos pagos pelos empresários.
Na terça-feira, os ônibus coletivos da capital começaram a circular com o horário de férias. Até o começo de fevereiro serão 2.688 viagens a menos, segundo informações da BHTrans. Em um dia útil normal, as idas e vindas chegam a 28.769. A redução média da operação no sistema será de 9% e ocorre, conforme explica o gerente de Coordenação de Projetos de Transportes, Daniel Marx, devido à queda de 20% no número de passageiros. De acordo com ele, a diminuição se dá, principalmente, pelo recesso escolar e, por isso, as linhas que atendem universidades, faculdades e escolas são as mais afetadas. O novo quadro de horários foi afixado há quatro dias nos veículos e também pode ser consultado no endereço www.bhtrans.pbh.gov.br.
Para os trabalhadores que precisam usar, normalmente, o sistema nesse período, mudança no quadro de horários é um grande incômodo e causa revolta. No primeiro dia de alteração, por volta das 7h, as pessoas esperavam inquietas pelos coletivos nas avenidas Antônio Carlos, Pedro II e Cristiano Machado. Na Afonso Pena, o caos estava instalado. Na primeira parada da linha 1030 até quatro filas eram formadas para organizar a entrada nos veículos.
“Já não basta a gente conviver com um trânsito caótico durante todo o ano e com um sistema que visa ao lucro em detrimento do conforto, nas férias, quando achamos que poderíamos ter um pouco de tranqüilidade, eles vêm com essa mudança”, reclamou o técnico em eletrônica José Márcio Fonseca. Sentando num banco no ponto de ônibus, no começo da tarde, o porteiro Idelfonso Magno, de 34 anos, desconhecia o novo quadro de horários. Cansado, ele aguardava o circular SC04 e notou a demora do coletivo. “Imagino que a redução de viagens seja por causa das férias escolares. Mas não entendo por que os trabalhadores acabam prejudicados”, questionou.
Segundo Marx, a redução das viagens se repete todos os anos depois do Natal, em janeiro, e também na segunda quinzena de julho. “Fazemos um estudo em cada linha, considerando o que ocorreu nos períodos anteriores – percentual de passageiros, faixas de horários de maior queda, entre outros indicadores. Com base na pesquisa, definimos as necessidades”, explicou. Ainda segundo ele, as linhas de atendimento às estações BHBus, principalmente no Barreiro e em Venda Nova, não sofreram alterações. A dica para quem vai usar ônibus no período é se informar em relação aos novos horários.
Fonte: Portal Uai