Rafael Correa toma posse como presidente do Equador

O economista Rafael Correa tomou posse nesta segunda-feira (15/1) como presidente do Equador na sede do Parlamento para um período de quatro anos. O presidente do Legislativo, Jorge Cevallos, tomou o juramento de Correa, de 43 anos, em presença do chefe d

''Perante Deus e perante o povo equatoriano, juro cumprir o mandato que me foi dado pelo povo equatoriano em 26 de novembro'', disse Correa, em meio aos aplausos dos presentes.



Palacio passou a faixa presidencial a seu sucessor em cerimônia realizada um dia depois que Correa recebeu o Bastão de Comando, em cerimônia indígena na paróquia de Zumbahua, no centro andino do Equador.



Compareceram à posse de Correa os presidentes de Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Haiti, Irã, Nicarágua, Paraguai, Peru e Venezuela, entre outros.



Na sede do Parlamento, Correa assinou seu primeiro decreto, no qual assume o cargo ''por mandato da Constituição e em cumprimento da vontade do povo equatoriano''.



Correa, que vestia terno e uma camisa com motivos indígenas, mas não usava gravata, colocou a faixa presidencial com as cores amarelo, azul e vermelho, da bandeira do Equador.



Quem é Correa
''A noite do neoliberalismo está chegando ao fim'', disse no domingo o professor de Economia formado nos EUA, em um ato na localidade indígena de Zumbahua, onde ele lecionou matemática como voluntário na década de 1980.



A vitória de Correa dá mais força ao eixo anti-americano da América Latina, que já inclui também o boliviano Evo Morales e o nicaragüense Daniel Ortega, além de Hugo Chávez. Mas a retórica de Correa é mais amena que a do seu colega venezuelano.



Além disso, prometeu independência em relação a Caracas. ''Meu amigo não manda na minha casa, eu mando'', afirmou.



Correa promete convocar uma Constituinte para reduzir a influência política sobre o Judiciário e obrigar os deputados a viverem nos pequenos distritos eleitorais que representam.



Originalmente, parecia que o novo presidente teria muitas dificuldades parlamentares, mas na semana passada o segundo maior partido do país decidiu apoiá-lo, de modo que Correa terá uma ligeira maioria, possivelmente com aval parlamentar para convocar a Constituinte.



Correa é contrário à assinatura de um tratado de livre-comércio com os EUA, pois prefere aderir à Alba, uma iniciativa de Chávez que reúne aliados como Cuba.



Criado numa família de classe média na cidade portuária de Guayaquil, Correa ganhou bolsas para estudar na Europa e nos Estados Unidos. Fala inglês, francês e um pouco de quéchua, um idioma andino.



''Os governos servis e as democracias neoliberais de plástico caíram'', disse ele à eufórica multidão em Zumbahua.



Da redação, com agências