Partidos formam blocos para garantir espaço na mesa diretora da Câmara

A formação de blocos partidários pode afetar toda a composição da Mesa Diretora da Câmara dos deputados, que será escolhida em eleiçõa marcada para o dia 1o de fevereiro. A distribuição de cargos é feita conforme o tamanho  e cada um dos partidos

A data para formalizar os blocos ainda não foi fixada, mas o prazo máximo permitido pelo regimento é até as 15 horas do dia 31, quando os líderes e o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), se reunirão para a escolha dos cargos.


 


O PSB e PCdoB já anunciaram um bloco. A união deles garante uma vaga de titular, a que nenhum dos dois teria direito sozinho. Eles buscam mais parceiros. Se a articulação com o PMN der certo, a situação será melhor ainda, com a possibilidade de ocupar a terceira secretaria. Eles conversam também com o PV.


 


O PPS, que elegeu 22 deputados e não tem direito a vaga na Mesa, discute a união como PSDB (66 eleitos). O bloco resultaria na segunda maior força da Câmara, com 88 deputados, e desbancaria o PT, que tem 83. Como segunda maior bancada, teria direito a dois cargos na Mesa.


 



Negociações reservadas


 


O líder do PP, Mário Negromonte (BA), já tem autorização assinada pelos deputados da bancada para formar um bloco se houver ameaça de perder espaço na Mesa. O documento deixa em aberto os partidos que podem integrar esse bloco. O PR (formado com a fusão do PL e do Prona) pode se unir ao PSC.


 


O PDT, que elegeu 24 deputados, tem sido procurado, mas já manifestou posição contrária a união. “A formação de bloco não dá status. Pode dar cargo e uma presença maior na ocupação de cargos, mas acho que pode trazer um risco para a identidade do partido”, afirmou o líder do PDT, Miro Teixeira (RJ). Ele classificou como negativa a experiência passada, de bloco com o PPS.


 


O líder do PPS, Fernando Coruja (SC), admite que está havendo negociação em torno de formação de bloco com o PSDB, mas destaca que as discussões são informais. “Estamos discutindo a possibilidade de bloco. Há uma série de conversas, inclusive com o PSDB”, afirmou. Ele também falou com siglas menores, como PMN (3 eleitos), PHS (2) e PTC (3). O líder da bancada tucana, Antonio Carlos Pannunzio (SP), disse que ainda não há nada de concreto.


 


Os líderes procuram fazer as articulações de forma reservada, para evitar reação de partidos que possam ser prejudicados.


 


O deputado petista Cândido Vacarezza (SP), um dos coordenadores da campanha de Arlindo Chinaglia (PT-SP) à presidência da Câmara, não demonstra preocupação. Ele afirmou que “o PT elegeu uma bancada muito boa e não tem nenhuma preocupação com essa questão de bloco”, acrescentadnmo que “primeiro precisamos ver se vai ter esse bloco (PPS e PSDB). O PSDB está tendo dificuldade para se entender até internamente”, avalia.


 


Com agências