Bienal homenageia Abdias, Dona Ivone Lara e Martinho da Vila
Por Carla Santos, com agências
Em seu terceiro dia (29/01), a 5º Bienal de Arte, Ciência e Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE) homenageou quatro grandes ilustres brasileiros Abdias Nascimento, Dona Ivone Lara, Martinho da Vila e Mãe Be
Publicado 30/01/2007 18:47
Abdias Nascimento é dramaturgo, escritor e ex-parlamentar. Já recebeu mais de 40 prêmios nacionais e internacionais, incluindo títulos da ONU e Unesco. Ao receber a homenagem, Abdias Nascimento declarou que “a juventude jamais será vencida”. Disse ainda que se considera um companheiro de todos os estudantes do Brasil e refletiu sobre a relação dos movimentos sociais com governos. “Não estamos batendo palmas ao poder, estamos juntos com o governo quando este possibilita mais conquistas de tudo que é direito histórico de nossa classe”, declarou.
Dona Ivone Lara, a primeira dama do samba é filha de família pobre e passou a infância em um internato onde estudou música. Nos anos 40 esteve na Mangueira, onde conheceu outros sambistas e freqüentou rodas de samba. Participou das rodas de samba do Teatro Opinião nos anos 60, vindo a gravar o primeiro disco em 1978, quando se aposentou. Como enfermeira, trabalhou com Nise de Silveira no tratamento de doentes mentais. Ao receber a homenagem, emocionada agradeceu o carinho recebido pelos estudantes.
Samba dos Ancestrais
Martinho da Vila, cantor e compositor nasceu em Duas Barras, Rio de Janeiro, no dia 12 de fevereiro de 1938. Filho de lavradores da Fazenda do Cedro Grande, veio para o Rio de Janeiro com apenas 4 anos. Cidadão carioca criado na Serra dos Pretos Forros, sua primeira profissão foi como Auxiliar de Químico Industrial, função aprendida no curso intensivo do Senai.
Um pouco mais tarde, enquanto servia o exército como Sargento Burocrata, cursou a Escola de Instrução Especializada, tornando-se escrevente e contador, profissões que abandonou em 1970, quando deu baixa para se tornar cantor profissional. Martinho da Vila presenteou o público cantando Samba dos Ancestrais após receber a homenagem da UNE.
Já Mãe Beata de Yemonjá é mãe de santo e escritora. Seu primeiro livro Caroço de Dendê – A Sabedoria dos Terreiros mostra como é fazer ficção com os valores, crenças e personagens do candomblé. Como na tradicional narrativa africana, os contos reunidos em Caroço de Dendê misturam gente, animais e plantas.Cresceu cercada pela presença de antigos escravos e seus descendentes.
Suas memórias são fortemente ligadas às histórias de vida, desses homens e mulheres, na África e no Brasil, e pelas histórias no dia-a-dia desses engenhos. Ao receber a homenagem declarou: “Viva a UNE e os estudantes! Eu sou um pedaço de todos vocês. Meu lugar (os Arcos da Lapa) é este”.