Amorim descarta negociação política com a Bolívia por gás

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta segunda-feira (5/2) que a discussão sobre o preço do gás boliviano comprado pelo Brasil tem condicionantes técnicos e, por isso, não deve ser tratada do ponto de vista político.

A avaliação do ministro foi feita ao ser questionado se a visita do presidente da Bolívia, Evo Morales, prevista para a próxima semana, estaria condicionada a um acordo com o Brasil sobre o valor pago pelo gás boliviano.



''Da nossa parte [a visita de Evo] não está condicionada a nada. O presidente Lula tem sempre demonstrado a maior boa vontade ao tratar desse tema. Agora, é evidente que o tema tem inevitavelmente condicionantes técnicos'', disse.



Ao comentar que espera a confirmação de Evo, Amorim destacou que o Brasil e a Bolívia têm uma ''vastíssima agenda bilateral'', que deverá ser tratada no encontro, além de outro tema importante de interesse comum, que é entrada da Bolívia no Mercosul.



''É indiscutível. Não adianta você querer discutir certas coisas só sob o ponto de vista político. Porque o investimento tem que ter o retorno justo para a Bolívia, ninguém discute isso, nós somos os primeiros a defender. O presidente Lula tem defendido, agora, tem que ser um projeto viável. Inclusive, se a Bolívia deseja mais investimentos, porque você só vai aumentar as reservas se houver investimentos, tudo isso só vai ocorrer se o projeto no seu todo for viável'', avisou o ministro, ao comentar que ''fica muito difícil'' condicionar uma visita a um tema.