Sem categoria

Encontro debate atuação do PCdoB na área de juventude

Por Fábio Palácio, de São Paulo


A cidade do Rio de Janeiro foi palco, entre os dias 3 e 4 últimos, do Encontro Nacional de Secretários(as) de Juventude do PCdoB, evento convocado pela Secretaria de Juventude do Comitê Central. Buscando unifica

Realizado na seqüência da 5ª Bienal da UNE e do Encontro Nacional de Universitários da UJS, o encontro reuniu 50 pessoas de 22 estados, dentre elas 17 secretários de juventude de comitês estaduais e outros três de comitês municipais, além de presidentes e secretários de organização de comitês partidários, membros de frações estaduais e nacional da UJS e representantes da rede de similares estaduais do Centro de Estudos e Memória da Juventude (CEMJ).




A atividade teve início no sábado (03/02) pela manhã com uma atualização do quadro político nacional e internacional. A exposição sobre o assunto foi realizada por Ricardo Abreu “Alemão”, secretário nacional de Juventude e de Movimentos Sociais do Comitê Central. Em sua intervenção, Alemão procurou relacionar a luta política atual à conquista dos objetivos estratégicos do PCdoB. Alemão destacou que a reeleição do presidente Lula – em um 2º turno marcado pela polarização de projetos que terminou por desmascarar a oposição conservadora – coloca em novo patamar a luta por um novo modelo de desenvolvimento, sendo necessário impulsionar essa luta não apenas nos espaços institucionais e da luta de idéias, mas também nas praças e ruas de todo o país, aprimorando a ação de massas do partido e mobilizando os trabalhadores, a juventude e o povo brasileiro, em particular através do conjunto das entidades reunidas na Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS).




Plano de trabalho




Em sua exposição, o dirigente do PCdoB chamou atenção ainda para o novo estágio do processo político aberto com o episódio da eleição da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Para Alemão, embora o centro da tática do partido continue o mesmo – lutar pelo êxito do governo Lula na realização do programa de mudanças –, o ambiente colocado neste início de segundo governo Lula vai requerer dos comunistas mais ousadia política, o que inclui uma atitude de maior independência.




Na tarde do mesmo dia 3 os participantes do encontro debateram o Plano de Trabalho da Secretaria de Juventude para o ano de 2007 – período que corresponde à segunda etapa do VI Plano de Estruturação Partidária (PEP). A exposição do Plano foi realizada por Fábio Palácio, da equipe da Secretaria Nacional de Juventude e atual presidente do Centro de Estudos e Memória da Juventude (CEMJ). Do planejamento para o ano de 2007 foi ressaltada, como ponto de maior relevo, a necessidade de realizar massivos e vitoriosos congressos da UNE e da UBES. Outro ponto alto do trabalho da Secretaria de Juventude neste ano é a realização, prevista para o mês de agosto, do Encontro Nacional Partido e Juventude – cuja última edição aconteceu no ano de 2003.


O debate sobre esse ponto da pauta enriqueceu com diversas sugestões o plano de trabalho para 2007 e, em muitos sentidos, antecipou assuntos que serão debatidos com maior profundidade no Encontro Partido e Juventude. É consenso entre os participantes que, passados mais de 10 anos do relançamento da UJS, em 1996, o trabalho de juventude do Partido começa a ingressar em um novo patamar, caracterizado pela necessidade de superação, principalmente ao nível dos estados e municípios, dos entraves ainda existentes à construção mais massiva da UJS, mantendo a concepção de um amplo movimento juvenil socialista, com caráter de massas e dirigido política e ideologicamente pelo partido. Os mesmos participantes do encontro destacaram, porém, que para isso vai ser necessária uma maior compreensão por parte do conjunto das direções partidárias, que precisam tornar a construção da UJS tarefa de todo o PCdoB. Para enfrentar esse desafio foi sugerida a realização de uma conferência partidária sobre a temática da juventude.


Também foram consensuais entre os participantes do Encontro as idéias de avançar na implementação de uma política de quadros na área de juventude; amplificar iniciativas de formação voltadas a esse segmento da vida partidária, inclusive através de campanhas de formação tanto no âmbito próprio do Partido quanto no da UJS; realizar nova campanha de filiação de jovens ao Partido – priorizando os jovens militantes da UJS, e atuar mais na área de Políticas Públicas de Juventude (PPJ).




Superação de hiatos




No que diz respeito à construção da UJS, os participantes ressaltaram ser necessário superar o hiato ainda existente entre construção política e estruturação orgânica da entidade. Muitos presentes também chamaram atenção para o fato de que a estrutura orgânica da UJS precisa adequar-se melhor aos novos tempos e à realidade atual da juventude brasileira, tornando-se mais aberta e flexível. Além disso, é tarefa importante do atual momento ampliar o protagonismo da UJS junto aos movimentos juvenis – em particular os de estudantes e trabalhadores. No caso do movimento estudantil, foi destacado que as direções partidárias devem conferir maior atenção ao movimento secundarista. Já no que concerne à juventude trabalhadora, o recém-realizado Encontro de Juventude da CUT – do qual a CSC participou com cerca de 40% dos delegados – foi citado como exemplo do grande potencial existente para a atuação do Partido nessa área.




O segundo e último dia do encontro debateu a realização do 50º Congresso da UNE, um dos principais eixos do trabalho partidário com os jovens no ano que se inicia. Júlio Vellozo, diretor de movimento estudantil da UJS e membro do Comitê Central do PCdoB, expôs os objetivos políticos da UJS no evento, bem como os fatores que podem dificultar a vitória no Congresso que se avizinha. Dentre esses fatores destaca-se a revisão dos critérios para a eleição de delegados ao Congresso da entidade, aprovada no último CONEB da UNE (ocorrido em abril de 2006 na cidade de Campinas), fato que faz da mobilização e eleição dos delegados um processo marcado por grande complexidade e ineditismo.




No conjunto, os debates do encontro destacaram o bom nível alcançado pelo trabalho de juventude do Partido, fato para muitos comprovado na realização da V Bienal da UNE – evento que realizou profícuo debate sobre a presença negra na sociedade brasileira, feito de forma ampla, profunda e sem concessões ao multiculturalismo – e na recente retomada da sede da entidade na Praia do Flamengo. Para os presentes nada disso teria sido possível sem a direção firme e conseqüente da UJS – e, em última instância, do Partido – sobre a UNE e a Ubes, cabendo ao conjunto dos comunistas a tarefa de, no próximo período, assegurar a continuidade da aplicação de nossa política ampla e combativa no movimento estudantil brasileiro.