Venezuela anuncia nacionalização de empresa de eletricidade

O governo da Venezuela anunciou nesta quinta-feira (8/2) que comprará a Companhia de Eletricidade de Caracas (EDC) da empresa americana Arlington por US$ 739 milhões, em uma ação que faz parte do programa de estatizações do país. A EDC é a principal empre

Para o vice-presidente da Venezuela, Jorge Rodriguez, a compra da empresa é uma “lição” para o governo dos Estados Unidos. “Aqui nós seguiremos principalmente as leis de prosperidade da República, então se querem dizer por aí que a Venezuela está destruindo sua economia, os “destruidores do mundo” [referência aos EUA] estão recebendo neste caso uma lição contundente.”



Ele se referia ao fato de a secretária de Estados dos EUA, Condoleezza Rice, ter afirmado recentemente acreditar que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, está destruindo a economia do país. “E nos próximos dias eles continuarão tendo notícias nossas”, completou Rodriguez.



O governo da Venezuela e a americana Arlington assinaram um memorando de entendimento para a compra de 82,14% das ações da Companhia de Eletricidade de Caracas por US$ 739 milhões. Após esse documento, deverá ser firmado em dois dias um acordo que estabeleça a transferência das ações em um mês.



Programa de nacionalizações
Chávez anunciou as nacionalizações de empresas de eletricidade e telecomunicações no dia 8 de janeiro, quando assumiu seu terceiro mandato na Presidência. Na ocasião, ele afirmou que as medidas são passos em direção ao socialismo que ele pretende implementar na Venezuela.



Pouco depois do anúncio, o ministro da Economia venezuelano, Rodrigo Cabezas, reiterou que as estatizações incluirão a principal empresa de energia do país, a EDC. A empresa é propriedade da Arlington, um empresa baseada no estado norte-americano da Virgínia, que adquiriu o controle acionário por US$ 1,6 bilhões em 2000.



Medidas
“Todo o setor de eletricidade está incluído nas medidas, porque é um elemento estratégico para o desenvolvimento da economia nacional”, disse Cabezas.



Até 2006, as ações de nacionalização empreendidas por Chávez se concentraram no controle do setor petroleiro e no confisco de terras.



O anúncio de Chávez afeta também empresas de exploração de petróleo na região leste da Venezuela, cujos projetos poderão se tornar propriedade do Estado.