Correa cria comissão para desenvolver um “Plano Equador”

O governo equatoriano formalizou no final de semana uma “comissão de segurança” para desenvolver o denominado “Plano Equador”, cujo objetivo será o de resistir ao “Plano Colômbia”.

A intenção do presidente Rafael Correa é apresentar o “Plano Equador” em um prazo máximo de três semanas. O ministro de governo (Interior), Gustavo Larrea, assegurou no último sábado (10/2), na cidade amazônica de Tena, que a comissão será integrada por ele, pela ministra da Defesa, Lorena Escudero, e a chanceler, María Fernanda Espinosa. O coordenador do grupo será o assessor presidencial, Fernando Bustamante.



Larrea, que participou de uma reunião de gabinete em Tena, afirmou que a comissão será encarregada de desenvolver o “Plano Equador”, que o governo colocará em andamento para fazer frente à conflituosa situação na fronteira com a Colômbia.



As relações entre Quito e Bogotá se viram abaladas em novembro do ano passado, quando a Colômbia decidiu retomar as pulverizações aéreas com o potente herbicida glifosato nas proximidades com o Equador, para destruir cultivos de coca em seu lado da fronteira.



O Equador alega que o herbicida usado chega em seu território em função do vento, e que danifica cultivos e afeta a saúde dos moradores de seu país. O ministro de Governo, um ex-ativista dos direitos humanos, esclareceu que o “Plano Equador” é uma estratégia “para atender os efeitos não abordados no Plano Colômbia”, criado por Bogotá para combater o narcotráfico e os grupos guerrilheiros do país.



Contraponto
O projeto do Equador é “um plano de paz, um plano de desenvolvimento, de justiça para a fronteira norte, e é também para atender os efeitos não desejados do ''Plano Colômbia'', como o deslocamento de centenas de pessoas” que buscam refúgio em território equatoriano, ao fugir da violência em seu país.



O ministro do Interior indicou que o “Plano Equador” é, além disso, “uma estratégia de comunicação, para pedir apoio e para expressar à comunidade internacional esta série de problemas sociais e econômicos”.



Larrea disse também que chegou o momento para que o governo colombiano assuma a co-responsabilidade pelos milhares de deslocados que se encontram no Equador.