Presidente italiano cogita reconduzir Prodi à chefia do governo

O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, iniciou hoje consultas políticas para superar a crise que levou ontem à renúncia do governo liderado por Romano Prodi, após sofrer uma polêmica derrota no Senado em uma votação sobre as linhas da política e

O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, iniciou hoje consultas políticas para superar a crise que levou ontem à renúncia do governo liderado por Romano Prodi, após sofrer uma polêmica derrota no Senado em uma votação sobre as linhas da política externa.


 


As reuniões começaram hoje pela manhã, mas sem muita pressa, pois aparentemente o governo tenta diminuir a tensão acumulada após a votação do Senado, contrária ao Executivo de centro-esquerda, que esteve 281 dias na liderança do governo.


 


Napolitano recebeu esta manhã os presidentes do Senado, Franco Marini, e da Câmara dos Deputados, Fausto Bertinotti.


 


O presidente conversará também com os grupos parlamentares e, ''diante da particular complexidade¿ da situação, também escutará os líderes dos partidos.


 


As conversações continuarão até amanhã à noite, quando receberá, por último, o ex-presidente Carlo Azeglio Ciampi.


 


Depois Napolitano deverá enfrentar a tomada de uma decisão, mas segundo analistas locais, ele não precisa fazê-lo agora, pois tanto o chefe de Estado como os grupos parlamentares precisam de mais tempo para o estudo de alternativas.


 


A primeira possibilidade, sobre a qual trabalha a coalizão de centro-esquerda, é a de um novo governo de Prodi, mais forte do que este que acaba de cair, em quantidade de adesões e na coesão interna.


 


O governo que caiu ontem ficou exposto durante nove meses às oscilações dos senadores de uma esquerda heterogênea, e às decisões dos senadores vitalícios.


 


Um reforço da maioria no Senado está relacionada com sua disponibilidade a uma volta de Prodi, com o apoio do compacto Olivo e dos partidos de esquerda mais duros, Refundação Comunista, Comunistas Italianos e Verdes.


 


Também pode ocorrer uma ampliação do espectro político rumo ao centro, exigindo garantias sobre o programa de governo.


 


Neste sentido, o dia mais importante das consultas ocorrerá amanhã, quando serão recebidos por Napolitano os partidos mais significativos, incluindo seus líderes.


 


Segundo o porta-voz de Romano Prodi, o ex-premier estaria disposto a continuar governando apenas se tiver ''garantido'' o pleno apoio de todos os partidos da maioria.


 


Se todos os representantes da maioria manifestarem a confiança em Prodi, este poderá se apresentar diante do Parlamento para um novo voto de confiança sobre o atual governo ou decidir formar um novo.


 


Mas, as hipóteses que circulam nos ambientes políticos levam em consideração também um governo Prodi, com uma maioria ampliada aos parlamentares de centro, que estão agora na oposição.


 


Vários chefes dos partidos da coalizão de centro-esquerda, entre eles a Refundação Comunista e o Grupo Verde, disseram que apoiarão o governo se for decidida pela votação da confiança de Prodi no Parlamento.


 


Os dois votos que podiam ter salvo a maioria eram os dos senadores Fernando Rossi, eleito pelos comunistas do PDCI, e Franco Turigliatto, membro do Partido da Refundação Comunista (PRC). Os eleitos, presentes no Senado, abstiveram-se de votar, deixando assim em minoria o governo de Romano Prodi.


 


Em nota, a Refundação Comunista criticou a atitude do senador Turigliatto. Para o secretariado nacional do PRF, a abstenção do senador é incompatível com as decisões e formas de atuação do coletivo partidário.


 


Fonte: Ansa Latina