Sepror anuncia medidas para Alto Solimões

Construção de frigoríficos e de fábricas de ração e farinha de peixe na região do Alto Solimões estão entre as metas da Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror).

          As obras serão contempladas com o programa “Pró-Solimões”, lançado na manhã desta quarta-feira, no município de Tabatinga. “É uma série de ações na área do pescado. Vamos assegurar os frigoríficos e as fábricas para evitar que o peixe exportado seja de má qualidade. Só quem ganha é a população”, afirma o titular da Sepror, Eron Bezerra. Ele garante que até o fim do ano as idéias serão implementadas.


 
          Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Amaturá, Tonantins, Santo Antonio do Içá, São Paulo de Olivença, Fonte Boa e Jutaí e Tabatinga são as cidades que serão beneficiadas com os recursos do programa. 
 
          Outras metas da Sepror dentro do plano são o entreposto de pescado, a pesca manejada e a piscicultura em tanque escavado.
 
          O Pró-Solimões abrange nove municípios do Alto Solimões. Faz parte de um convênio celebrado entre Governo do Estado e Banco Mundial e tem quatro áreas de trabalho dentro da região: desenvolvimento sustentável, saúde, saneamento básico e fortalecimento institucional. Para a implementação do projeto, o Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (Bird) vai disponibilizar US$ 110 milhões divididos em duas fases.
 
          Na primeira, que será desenvolvida em três anos, o investimento será da ordem de US$ 35 milhões e, na segunda, cujo prazo será de cinco anos, o financiamento vai ser de US$ 75 milhões.
 
          De acordo com o coordenador executivo do Pró-Solimões, Laércio Cavalcante, a segunda fase possibilita a ampliação para outras regiões do Amazonas. “Dependendo dos resultados gerados, o convênio poderá ser estendido”, afirma. Laércio é representante da Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan).
 
          Eron fez questão de enfatizar que a Sepror vai acompanhar cada passo da implementação do Pró-Solimões. “Poderia enviar algum representante, mas vim pessoalmente e convoquei todos os gerentes dos Idam´s (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Amazonas) dos nove municípios para dar a devida importância para este projeto”, diz.
 
Radiografia do pescado


          A região do Alto Solimões produz cerca de 17 mil toneladas de peixe por ano. A maior parte dessa produção é artesanal. O secretário adjunto de Pesca e Aqüicultura da Sepror, Geraldo Bernardino, diz que, por causa disso, há grande evasão do pescado produzido para a Colômbia, país que faz fronteira com cidades dessa área. “É preciso que haja frigoríficos e condições para o pescador. O projeto vai garantir isso. Haverá uma área manejada. O produtor faz a parte da captura e, agora, vamos dar a tecnologia”, explica.
 


          Segundo Bernardino, a ação garantirá qualidade do pescado, preço acessível e maior possibilidade de exportação. “Vai gerar emprego, renda e qualidade de vida. Ganha todo mundo: os pescadores, os piscicultores, os empresários e os consumidores”, avisa.


 


De Manaus,


Mariene Cruz