Comitiva de Bush promete “infernizar” a vida dos paulistanos

Espaço aéreo fechado, avenidas bloqueadas, quarteirões cercados, patrulhamento reforçado pelo Exército e agentes de segurança americanos – incluindo atiradores de elite em pontos estratégicos. Os paulistanos podem preparar-se para enfrentar o caos em muit

Entre a hora do rush de amanhã, quando o presidente e a primeira-dama, Laura Bush, desembarcam do Air Force One no Aeroporto Internacional, em Cumbica, e o fim da tarde de sexta, a comitiva deve atravessar quatro vezes os cerca de 40 quilômetros entre Guarulhos e o Morumbi – onde o casal deve ficar hospedado, no Hotel Hilton.


 


Todo o traslado deve ser feito por terra. As ruas por onde a comitiva passará serão fechadas. O paulistano terá problemas em cruzar as já complicadas Marginais e a zona sul. “O espaço aéreo é mais vulnerável em termos de segurança. Por isso, sugerimos que todo o transporte fosse terrestre”, disse o delegado da Polícia Federal Luiz Flávio Trivella. Os locais por onde Bush passará estão sofrendo uma varredura antibombas. Além de terroristas internacionais, a polícia se preocupa com o Primeiro Comando da Capital (PCC). “Tudo foi considerado no plano de segurança.”


 


A equipe de Bush desembarcou no País com um plano traçado em 1978, para a visita do então presidente Jimmy Carter. Com base nele, pediu à Prefeitura que fechasse as Marginais e a Avenida 23 de Maio. O Município alegou que isso seria inviável. Nos anos 70, a capital tinha 6 milhões de habitantes; hoje, tem quase o dobro.


 


Por segurança, os horários da agenda não podem ser divulgados. Na sexta, Bush deve iniciar o dia reunindo-se com representantes de seu governo no hotel ou no Consulado dos Estados Unidos, na Chácara Santo Antônio. Depois, faz o percurso entre o Hilton e Guarulhos para conhecer, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, instalações da Transpetro, da Petrobras. Os dois voltam ao Hilton, onde almoçam com o governador José Serra. À tarde, Bush visitará o projeto social Meninos do Morumbi. Depois volta ao aeroporto e embarca para o Uruguai.


 


Outros dois presidentes dos EUA visitaram São Paulo: Dwight Eisenhower, em 1960, e Bill Clinton, em 1997. Clinton ficou 14 horas na cidade, em 14 de outubro. Naquele dia, além da visita do americano, uma série de acidentes causou congestionamentos e a Prefeitura suspendeu multas do rodízio.


 


Fonte: Agência Estado