Protestos contra Bush ocorrerão em toda América Latina

Bush, encontrará muitos protestos na viagem que iniciará amanhã por cinco países latino-americanos, alguns deles liderados pelo chefe de Estado venezuelano, Hugo Chávez, seu principal opositor na região.

Bush começará sua viagem na quinta-feira pelo Brasil e, depois, seguirá para Uruguai, Colômbia, Guatemala e México, com o objetivo de renovar o compromisso dos EUA com os países latino-americanos. No entanto, seus opositores já anunciaram que suas boas-vindas não serão nada calorosas.


 



No Brasil, os manifestantes usarão elementos simbólicos, segundo o ex-padre Luis Bassegio, secretário-geral do Serviço Pastoral dos Migrantes, entidade ligada à Confederação Nacional de Bispos do Brasil (CNBB). Segundo Bassegio, a idéia é “espalhar enxofre na área onde Bush estará para exorcizar o diabo”.


 



Chávez foi o primeiro a relacionar Bush ao demônio. Na Assembléia Geral da ONU, o venezuelano disse que o palanque usado pelo presidente americano cheirava a enxofre, mineral que, segundo a crença, o diabo deixa por onde passa.


 



Os protestos no Brasil terão como eixo a oposição à “agricultura energética”, que busca aumentar a produção de biocombustíveis a partir de matérias-primas como cana-de-açúcar e milho, o que, para alguns, piorará as condições trabalhistas no país.


 



A agenda de Bush, que se reunirá em São Paulo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, inclui a discussão de acordos de cooperação e possíveis investimentos conjuntos para produzir etanol.


 



Em 8 de março, Dia Internacional da Mulher, as opositoras de Bush pretendem reunir cerca de 10 mil pessoas em São Paulo. Também estão marcadas manifestações nas outras capitais, enquanto que, em Brasília, parlamentares de esquerda preparam atos de repúdio à visita.


 



Enquanto isso, cerca 60 sindicalistas venezuelanos iniciaram na terça-feira, em Montevidéu, uma manifestação de 200 quilômetros até as proximidades da casa campestre que a Presidência do Uruguai tem no departamento de Colonia, onde devem chegar na sexta-feira, dia em que Bush aterrissará na capital uruguaia.


 



No sábado, Bush se reunirá na casa campestre com o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, com quem deverá pescar.


 



Apesar de a Argentina não estar incluída na viagem, mais de 40 organizações sociais preparam para sexta-feira um protesto em Buenos Aires, que será liderado por Chávez e para o qual foram convidados os presidentes da Bolívia, Evo Morales, e do Equador, Rafael Correa.


 



“Bem-vindo presidente Chávez” e “Fora Bush e o imperialismo” são as palavras de ordem preparadas pelos organizadores.


 



A terceira escala da viagem será na Colômbia, principal aliado dos EUA na região. A Grande Coalizão Democrática convocou uma manifestação em Bogotá no domingo, dia em que Bush estará no país.


 



A coalizão também convocou para hoje mobilizações em todo o país, para exigir que sejam esclarecidos os vínculos de políticos com os paramilitares e rejeitar o tratado de livre-comércio dos EUA e da Colômbia.


 



Da Colômbia, Bush irá para a Guatemala, onde os protestos por sua visita começarão amanhã. A última viagem de Bush será para o México, onde há tensões causadas pelo projeto de construção do muro fronteiriço para impedir a entrada de imigrantes ilegais nos EUA.


 



Segundo analistas, a polêmica do muro foi decisiva para que a reunião de Bush com o presidente mexicano, Felipe Calderón, fosse marcada na calma cidade de Mérida, longe dos centros urbanos onde existe uma forte militância esquerdista e, assim, evitar os protestos.


 


Grupos sociais criaram uma “Agenda Não Bush”, que inclui protestos no dia 12, quando o líder estará em Mérida, nos consulados dos EUA em Monterrey, Acapulco, Guadalajara, Tijuana e Hermosillo, assim como um comício em frente à embaixada americana na Cidade do México.


Fonte: Efe