Uruguaios dizem que Bush despreza direitos humanos

A situação de centenas de detidos na base militar americana de Guantánamo, em Cuba, ''simboliza o desprezo dos Estados Unidos para com o direito internacional'', afirmou nesta quarta-feira (7/3) a seção uruguaia da Anistia Internacional (AI).

Vários integrantes da seção uruguaia da AI se fantasiaram de presos de Guantánamo, com uniformes laranjas, e alguns deles ficaram com as cabeças tapadas por sacos pretos como se fossem capuzes. O ato foi realizado na esplanada da Universidade da República, no centro de Montevidéu, dois dias antes de o presidente americano, George W. Bush, chegar ao Uruguai para sua primeira visita ao país.



Desde 2002, depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York, passaram por Guantánamo 775 presos. ''Agora cerca de 430 pessoas de 35 nacionalidades permanecem detidas sem terem sido julgadas ou acusadas'', afirmou a organização em comunicado.



Segundo a AI, em sua ''guerra contra o terror'' o Governo dos Estados Unidos recorre a técnicas como isolamento prolongado, privação do sonho, manipulação dos sentidos, exposição a luzes intensas, música alta, humilhações sexuais, uso de cachorros e simulações de execução.



''Estas técnicas não deixam sinais físicos, mas têm conseqüências devastadoras para as vítimas'', afirmou Carlos Ordoñez, responsável pelas campanhas da seção Uruguai da Anistia Internacional. ''Por ser o país mais poderoso do planeta, a conduta dos Estados Unidos influencia os Governos de todo o mundo'', acrescentou.



O que ocorre em Guantánamo ''simboliza o desprezo dos Estados Unidos para com o direito internacional e é a ponta do iceberg das detenções por tempo indeterminado e secretas'', acrescenta o comunicado da organização.