Derrota iminente no Iraque: General afirma que solução não é militar

O comandante do Exército americano no Iraque, general David Petraeus, disse nesta quinta-feira (8/3), que não há uma solução militar possível para “resolver” o problema da violência no país, indicando que só uma negociação com a resistência pode dar fim a

De acordo com ele, é necessário que haja ação política e uma reconciliação com alguns “grupos militantes”, eufemismo que a mídia utiliza para não caracterizar os guerrilheiros como resistência à ocupação. “A ação militar é necessária para ajudar a melhorar a segurança, mas não é suficiente”, disse Petraeus, em sua primeira entrevista coletiva em Bagdá desde que assumiu o cargo, no mês passado.


 


Para o general, o progresso político depende de um amplo debate e da reconciliação com “alguns dos que sentem que o novo Iraque não tem lugar para eles”, referindo-se à quase totalidade dos iraquianos. Petraus afirmou que cabe ao governo de Nouri al-Maliki identificar aqueles grupos que seriam “reconciliáveis”.


 


Tropas são desnecessárias


 


O comandante do Exército dos EUA no Iraque disse também que não vê uma necessidade imediata de solicitar o envio de mais tropas americanas ao país. Petraeus revelou que, após reunir-se com seus subordinados, concluiu que há soldados suficientes para a atual missão.


 


“No momento não vemos outros pedidos surgindo lá”, disse o general. “Não quero dizer que alguma missão ou trabalho que surgir não vá precisar disso, e se precisar, aí vamos pedir”.


 


O general americano Raymond Odierno, um dos subordinados de Petraeus, havia recomendado anteriormente que os 21,5 mil soldados que serão enviados ao Iraque, como parte da nova estratégia do presidente George W. Bush, permaneçam no país até fevereiro de 2008.


 


Questionado sobre as declarações de Odierno, Petraeus alegou não ter tomado nenhuma decisão acerca do tempo de permanência das tropas adicionais.


 



Pentágono desmente comandante


 



Apesar das declarações de Petraeus, o Pentágono aprovou na quarta-feira, 7, o envio de mais 2,2 mil policiais militares ao Iraque, segundo o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates.


 



De acordo com ele, os policiais devem se unir aos 21,5 mil soldados que serão enviados ao país como parte da “nova estratégia” de Bush. “Essa foi uma nova solicitação, de um novo comandante”, disse Gates, referindo-se a um suposto pedido feito por Petraeus.


 



Nesta semana, o subsecretário de Defesa dos EUA, Gordon England, havia dito ao Congresso que o número de soldados solicitados pelos comandantes americanos em Bagdá poderia chegar a 7 mil. Atualmente, cerca de 140 mil soldados americanos participam da ocupação do Iraque, iniciada de forma ilegal, sem o consentimento das Nações Unidas, em março de 2003.