Amazonenses manifestam contra violência

O índice de criminalidade tem preocupado o manauara nos últimos dias, mas a população já começa a protestar para chamar a atenção das autoridades. A criação de políticas públicas que invistam na educação e na juventude é alternativa dos governos para r

Assaltos, seqüestros e mortes são crimes que tem acontecido com mais frequência em Manaus. No Centro da cidade há uma média de 40 assaltos por semana. Os dados da Delegacia Especializada em Homicídios e Seqüestros (DEHS) registram 65 homicídios até o início de março deste ano.


 


Entre os fatos que ocorreram este ano está a agressão e o roubo do carro do delegado Paulo Sampaio. Em janeiro, no bairro Educandos, o estudante Adré Carneiro foi assassinado com um tiro no peito, em frente a uma igreja.


 


A criação do Fórum de Lideranças Comunitárias e Políticas Públicas da zona Leste é uma resposta da comunidade, que agrega 79 entidades com a participação de líderes comunitários dos bairros, igrejas, sindicatos, conselho tutelar e conselho de saúde.


 


O Ministério da Justiça (MJ) realizou em 2005 um diagnóstico das ocorrências registradas pela Polícia Civil em todo nos estados brasileiros e que aponta o Amazonas como um dos estados com maior número de registro de ocorrências de extorsão.


 


Para Miguel Pacheco, subsecretário municipal de esportes, essa caminhada é o início de um debate atrasado, um grito de alerta da sociedade organizada contra a violência. “Uma das alternativas é desenvolver o esporte e a cultura nas praças públicas que  hoje são ocupadas pelos marginalizados”, afirma Miguel.


 


No dia 8 de março, na posse do procurador-geral da Justiça, Mauro Campbell, do Ministério Público do Estado, o governador falou que a violência é mais uma sensação psicológica. Em pronunciamento no programa “Fala Governador”, Braga disse que “o responsável pela onda de crimes e assaltos no Estado é o Poder Judiciário que liberta com muita freqüência os criminosos antes de serem condenados”.


 


Passeata


 


No último domingo (11/03), foi organizada um ato “Contra a violência e Pela Paz” na zona Leste de Manaus, por iniciativa da Igreja Católica. A passeata partiu da Bola do São José, percorreu a avenida Grande Circular, uma das localidades com maior incidência de criminalidade, e encerrou nas imediações da Feira do Produtor, no Mutirão.


 


Militantes do PCdoB, entre eles Elson Melo, presidente do distrital Leste, representantes do Fórum de Lideranças Comunitárias e Políticas Públicas da zona Leste permanente e da União Brasileira de Mulheres (UBM) e Miguel Pacheco, sub-secretário municipal de Esportes compareceram ao ato que reuniu cerca de 500 pessoas pedindo providências das autoridades competentes. O protesto gerou um
abaixo-assinado.



No dia 16 de março, uma reunião com lideranças da comunidade está agendada para discutir as propostas que serão encaminhadas ao governador Eduardo Braga com relação ao problema da segurança. “O ato teve uma boa repercussão, tanto é que estamos discutindo uma nova caminhada”, afirma João Gadelha, sub-coordenador do Fórum.


Estiveram presentes os vereadores Marcelo Ramos (PCdoB), Elias Emanuel (PSB) e José Ricardo (PT), o secretário de Secretaria de Estado de Segurança Pública Sá Cavalcante, o comandante do 7º Batalhão da zona Leste e a Pastoral da Juventude.


 



De Manaus,
Cinthia Guimarães