Lula: “Governo não vai economizar dinheiro do PAC”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (13) que o governo federal utilizará todos os recursos destinados à construção civil, cerca de R$ 106 bilhões em quatro anos, previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

“Não ficaremos com dinheiro em caixa para engordar o superávit primário no final do ano”, disse o presidente após abrir a Feira Internacional da Indústria da Construção (Feicon), no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo.



De acordo com o presidente, caso prefeituras e governos estaduais não apresentem projetos de construção civil, como de urbanização de favelas, no âmbito do PAC, a União transferirá automaticamente as receitas para outros entes da federação.



“Agora é a lei do 'pão pão, queijo queijo'. E se uma parte não cumprir sua obrigação, o projeto vai para outra parte”, disse.



“Momento mágico”
Lula disse ainda que o país vive um “momento mágico” na macroeconomia – na formação de reservas, no superávit da balança comercial e nas importações. “Sem decreto, sem lei, sem mágica, os juros continuarão caindo e o câmbio vai se valorizando”, afirmou.


 


A declaração foi uma resposta à cobrança feita pelo empresário Melvyn Fox, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Construção (Abramat), que cobrou a adoção de um plano de aceleração da queda dos juros em seu discurso, no mesmo evento.


 


O presidente da República afirmou considerar natural e importante que os empresários façam cobranças sobre juros e câmbio. “Estas cobranças acendem uma luz amarela, [dizem] que temos que dar um passo a mais, mesmo depois de uma caminhada inteira”, declarou.


 


Ao mesmo tempo, Lula insistiu que a ação fiscalizadora do governo e a participação empresarial permitirão que a economia e os indicadores macroeconômicos se ajustem, sem a necessidade de o governo intervir diretamente. “Sempre que alguém tentou inventar a mágica, o resultado não deu certo”, opinou.