Equador: Correa pede voto contra “os mesmos sem-vergonha”
“Se vocês querem a mudança, se querem se livrar dos mesmos sem-vergonha de sempre, é preciso votar esmagadoramente pelo 'Sim'. Votar nulo ou em branco é fazer um favor ao 'Não'”, advertiu o presidente do Equador, Rafael Correa, em campanha pela aprovação
Publicado 11/04/2007 19:03
Correa somou-se à campanha dos movimentos políticos e sociais pró-Constituinte. Ele tem aproveitado suas viagens às províncias para sublinhar a necessidade de reformar as atuais estruturas de poder. A declaração sobre os “sem-vergonha” foi feita em Puertoviejo, na província litorânea de Manabí.
Assembléia com plenos poderes
O presidente também amiudou suas aparições na TV e no rádio, insistindo que o voto no “SIm”, no domingo, abre o caminho para a instalação de uma Constituinte com plenos poderes. Ele frisa que a Assembléia terá poderes para dissolver o Congresso, a Corte Suprema de Justiça e até destitui-lo da Presidência da República.
Correa tem afirmado também que isto não significa que se adote medidas contra a cidadania e a dolarização (o país desde 2000 deixou de ter moeda própria). Garantiu que não tocará no sistema monetário baseado no dólar norte-americano, pois “ninguém deseja uma crise no país”. O tema vem sendo explorado pela oposição de direita, que se opôs firmemente à Constituinte.
Manifestações de rua
“A Assembléia vai legislar, elaborar uma nova Constituição, e fazer as transformações para acabar com o modelo neoliberal dominante e garantir o direito cidadão a serviços públicos como saúde e educação”, disse o presidente.
Nesta quarta-feira Correa esteve em Guayaquil, na província de Guayas, Cotacachi, em Imbabura, e Tulcán, em Carchi.
Em Riobamba, na província central de Chimborazo, o movimento indígena realizou uma passeata em apoio ao plebiscito e à Constituinte. Cerca de 10 mil pessoas percorreram as principais ruas da cidade para apoiar o governo e o voto no “Sim”.
A Aliança País (AP), partido de Correa, prepara mais manifestações pró-Constituinte em outras capitais de província, no encerramento da campanha. Porta-vozes da AP afirmam que a maioria captou o sentido do plebiscito e prevêem a vitória da proposta, que foi o principal ponto da plataforma eleitoral vitoriosa nas eleições presidenciais.
Os eleitores aptos a votar somam 9.188.787. O sistema político-social em vigor mantém abaixo da linha de pobreza mais de 70% da população do Equador.