Parlamento romeno afasta presidente e abre crise

O parlamento reuniu-se nesta quinta-feira (19) em Bucareste e afastou do cargo o presidente romeno Traian Basescu. Com 322 votos a favor, 108 contra e 10 abstenções, Basescu foi afastado por um mês das suas funções. A oposição ultranacionalista e social-d

O presidente, que não assistiu à sessão parlamentar de hoje por considerá-la um abuso inconstitucional, ressaltou na quarta-feira à noite que seu afastamento afetará o futuro democrático do país. Ele assegurou que, se fosse afastado, renunciaria — o que levará à convocação de eleições presidenciais antecipadas.



O Tribunal Constitucional opinou em uma decisão consultiva, também na quarta-feira, que o presidente não violou a Constituição nem cometeu abuso contra as instituições do Estado e os direitos humanos. Basescu, que venceu as eleições de 2004, é o político romeno mais popular, com um apoio de 40% do eleitorado.



 
 A suspensão abre caminho para um referendo nacional, caso ele não renuncie ao cargo, que deverá ocorrer em 30 dias.


 
“Traian Basescu é um projeto político que falhou. Ele é incapaz de mover adiante o país, de uni-lo”, julgou Mircea Geoana, chefe do Partido Social Democrata (PSD), em discurso ao parlamento, durante o debate que antecedeu a votação.


 


Basescu enfrentou numerosas acusações de abuso de poder por parte dos partidos de centro — situação — e dos partidos de esquerda — oposição. A maioria delas estava relacionada a pressões contra deputados em relação ao processo de entrada do país na União Européia.


 


A suspensão, proposta pelo PSD, é vista por analistas locais como uma tentativa de recuperar poder e aumentar o apoio popular, bastante corroído por escândalos de corrupção no passado.


 


As acusações contra Basescu, que foram consideradas sem fundamento por parte do Tribunal Constitucional, falavam de aumento da instabilidade política, pressão sobre o judiciário e interferência a favor de grupos.